sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

VULCÃO NA INDONÉSIA

Erupção de vulcão mata duas pessoas na Indonésia

Atividade vulcânica tirou 200 mil de suas casas na ilha de Java.
Monte Kelud lançou rochas incandescentes e cinzas a 15 km da cratera

Erupção do vulcão Kelud lançou rochas incandescentes e cinzas a 15 km de sua cratera. (Foto: Dwi Oblo / Reuters)

Erupção do vulcão Kelud lançou rochas incandescentes e cinzas a 15 km de sua cratera. (Foto: Dwi Oblo / Reuters)
A erupção do vulcão Kelud matou duas pessoas na Indonésia nesta sexta-feira (14), informaram autoridades locais.

As mortes de um homem e de uma mulher no subúrbio de Malang ocorreram após suas casas desabarem porque não suportaram as rochas e o peso das cinzas jogadas pelo vulcão, informou Sutopo Purwo Nugoro, porta-voz em Java da Agência Nacional de Gestão de Catástrofes. “As residências eram muito frágeis”, disse.
Cerca de 200 mil indonésios receberam a ordem para deixar suas casas na ilha de Java, a maior do arquipélago, depois da forte erupção que expeliu cinzas e pedras incandescentes à distância de 15 km da cratera do vulcão
Cinzas vulcânicas cobrem avião no aeroporto de Solo nesta sexta-feira (14) (Foto: AFP)

Cinzas vulcânicas cobrem avião no aeroporto de Solo nesta sexta-feira (14) (Foto: AFP)

Mulher anda por uma estrada coberta por cinzas vulcânicas em Yogyakarta, na Indonesia, nesta sexta-feira (14). (Foto: Slamet Riyadi/AP)

Mulher anda por uma estrada coberta por cinzas vulcânicas em Yogyakarta, na Indonesia, nesta sexta-feira (14). (Foto: Slamet Riyadi / AP Photo)

O estado de alerta por causa da erupção do Monte Kelud, considerado um dos mais perigosos de Java, ilha densamente povoada, foi lançado na quinta-feira (13), pouco antes do início da atividade vulcânica.
Imagens transmitidas pela televisão mostravam cinzas e rochas que caíam como uma chuva sobre os povoados próximos. Os moradores fugiam aterrorizados para os centros de evacuação.
Na Indonésia, há cerca de 130 vulcões em atividade
Veículos cobertos por cinzas após a aerupção do monte Kelud, em Yogyakarta, na Indonésia. (Foto: Slamet Riyadi/AP)

Veículos cobertos por cinzas após a aerupção do monte Kelud, em Yogyakarta, na Indonésia. (Foto: Slamet Riyadi/AP)

EVENTOS CLIMÁTICOS NO MUNDO

Mapa mostra eventos climáticos fora do comum ocorridos recentemente

Calor extremo, nevascas e enchentes aconteceram mundo afora.
Fenômenos podem estar associados às mudanças climáticas

Arte mapa extremos climáticos (Foto: Editoria de Arte/G1)

Nevascas em Nova York, Tóquio e Roma como há muitos anos não se via. Calor recorde em São Paulo, incêndios em Sydney, enchentes no Reino Unido. O G1 levantou uma série de fenômenos climáticos fora do comum registrados nos últimos sete meses em diferentes partes do globo (veja mapa acima).
Eventos climáticos, como frio ou calor extremos, sempre ocorreram e vão ocorrer. Mas o aumento da intensidade e frequência deles tem sido notado pelos cientistas e pode ter relação -- ainda é cedo para afirmar com certeza -- com o aquecimento global, que é consequência de uma maior emissão de gases-estufa. Aquecimento global não significa necessariamente que todo o planeta está se aquecendo, mas que está ocorrendo um desarranjo climático global. Essas alterações são resultado de uma capacidade exagerada da atmosfera de reter calor devido à presença excessiva de gases-estufa, como o CO2.
Veja abaixo os eventos climáticos recentes pelo mundo

Clima extremo Estados Unidos EUA (Foto: Craig Ruttle/AP)

Estados Unidos tiveram o janeiro mais frio desde 1994 (Foto: Craig Ruttle/AP)

Janeiro foi considerado o mês mais frio desde 1994 em grande parte dos EUA; o país foi atingido ao menos duas vezes pelo vórtice polar, fenômeno do Círculo Polar Ártico que sofreu alteração em sua dinâmica de circulação e permitiu que massas de ar circunscritas ao Ártico atingissem latitudes mais baixas. Nova York registrou -38ºC em janeiro.
Nevascas surpreenderam cidades do sul do Texas, Louisiana, Mississippi, Alabama e Flórida. A Georgia, estado conhecido por ter um inverno ameno e temperaturas altas no verão, registrou em fevereiro a pior tempestade de neve desde janeiro de 2000, quando o estado teve prejuízo de US$ 48 milhões.
Na Califórnia, o estado declarou situação de emergência por causa da seca que pode ser a mais intensa em cem anos;  reservatórios de água atingiram 38% de sua capacidade (a média histórica é de 57%); somente em janeiro, foram registrados 150 incêndios no estado (foram 25 em janeiro de 2013).

Clima extremo Brasil (Foto: Renato S. Cerqueira/Futura Press/Estadão Conteúdo)

São Paulo teve o janeiro mais quente em 70 anos (Foto: Renato S. Cerqueira/Futura Press/Estadão Conteúdo)

Em 2013, alguns estados da Região Nordeste tiveram o pior período de estiagem dos últimos 50 anos; 75% dos municípios nordestinos decretaram situação de emergência, segundo o governo federal.
Desde dezembro, uma massa de ar quente e seco estacionou sobre as regiões Sul e Sudeste e impediu a chegada de frentes frias, deixando o tempo quente e seco. Fenômeno como esse já foi visto no país em 2001, segundo meteorologistas.
Em 2014, São Paulo teve o janeiro mais quente desde 1943; no começo de fevereiro, Porto Alegre marcou a maior temperatura dos últimos 71 anos (40,5°C) e a sensação térmica no Rio de Janeiro chegou a 57°C.

Clima extremo Argentina (Foto: Victor R. Caivano/AP)
Onda de calor provocou mortes na Argentina (Foto: Victor R. Caivano/AP)

Em dezembro, o país registrou ao menos sete mortes causadas pela forte onda de calor que atingiu grande parte do território.
A temperatura alcançou 45°C em algumas cidades do norte. Meteorologistas afirmaram que foi a pior onda de altas temperaturas no país em 40 anos.

Clima extremo Itália (Foto: Riccardo De Luca/AP)

Roma teve uma das mais fortes nevascas desde os anos 1980 (Foto: Riccardo De Luca/AP)


No começo de 2014, Roma teve uma das mais fortes nevascas desde os anos 1980, que fechou locais turísticos como o Coliseu. O frio intenso causou interrupções nos transportes ferroviário e rodoviário, especialmente em regiões montanhosas, onde os serviços de emergência tiveram dificuldades para chegar a vilarejos isolados. Prédios do país foram evacuados por medo de que a neve acumulada sobre eles pudesse fazê-los desabar

Clima extremo Reino Unido (Foto:  Luke MacGregor/Reuters)
Reino Unido foi atingido por chuvas e ondas gigantes (Foto: Luke MacGregor/Reuters)

Entre dezembro de 2013 e fevereiro de 2014, as chuvas que atingiram a Grã-Bretanha causaram ao menos sete mortes, inundaram 5 mil propriedades e destruíram ferrovias. Segundo a agência climática britânica, Met Office, a tempestade pode ser a pior em 250 anos.
Áreas que ficam próximas do Rio Tâmisa, em Londres, foram afetadas pela maior inundação em 67 anos. Ondas que ultrapassam os dez metros de altura atingiram a costa britânica nos últimos dias.

Clima extremo Rússia (Foto: Jae C. Hong/AP)

Calor pode fazer da olimpíada de inverno de Sochi a mais quente da história (Foto: Jae C. Hong/AP)

Enquanto Yakutsk, no leste da Rússia -- considerada a cidade que registra as menores temperaturas mínimas no mundo – registrou -47°C em 5 de fevereiro, Sochi, no sudoeste do país, pode deter o recorde de ser a cidade que sediou as Olimpíadas de inverno mais quentes de todos os tempos. Os termômetros por lá registraram 18°C em fevereiro.

Clima extremo Israel (Foto: Bernat Armangue/AP)
Israel teve a pior tempestade de neve em 20 anos (Foto: Bernat Armangue/AP)

Em janeiro, Jerusalém registrou a pior tempestade de neve dos últimos 20 anos. A nevasca fechou o transporte público, estradas e escolas da região norte de Israel, na fronteira com o Líbano.
Em alguns lugares, o acúmulo de neve chegou a 30 centímetros de altura.

Clima extremo Paquistão Jovens paquistaneses nadam na rua alagada pelas chuvas (Foto: Asif Hassan/AFP)
Jovens paquistaneses nadam na rua alagada pelas chuvas (Foto: Asif Hassan/AFP)

Em agosto de 2013, o país foi atingido por fortes chuvas das monções que afetaram 770 localidades e atingiram mais de 30 mil pessoas. Ao menos 108 pessoas morreram. Enchentes inundaram algumas das principais estradas na cidade portuária, varrendo casas na província de Khyber Pakhtunkhwa no noroeste
Clima extremo China (Foto: AP)
China tem o inverno mais rigoroso dos últimos 28 anos (Foto: AP)

Segundo o serviço meteorológico do país, o inverno é o mais frio dos últimos 28 anos. Na maioria do território chinês, a temperatura média registrada foi de 3,8°C. No nordeste do país, nevascas fizeram a temperatura atingir -15,3°C, a menor em 42 anos. Em algumas regiões próximas à Mongólia, os termômetros registraram -40ºC.

Clima extremo Japão (Foto: Shizuo Kambayashi/AP)

Em janeiro, Tóquio sofreu a nevasca mais forte dos últimos anos (Foto: Shizuo Kambayashi/AP

Em janeiro, Tóquio sofreu a nevasca mais forte dos últimos sete anos e aeroportos do país tiveram que cancelar voos devido a fortes rajadas de ventos. A região de Yamanachi registrou mais de 40 centímetros de neve. Mais neve caiu em fevereiro, provocando transtornos e deixando mortos e feridos
Clima extremo Filipinas (Foto: Aaron Favila/AP)
Nas Filipinas, tufão matou mais de 6 mil pessoas em novembro (Foto: Aaron Favila/AP

O país foi atingido em novembro pelo tufão Haiyan, considerado o mais forte já registrado na região, que deixou um rastro de destruição, matou mais de 6 mil pessoas e deixou 1.800 desaparecidos.
Os ventos chegaram a 315 km/h e os prejuízos passam de R$ 2,3 bilhões, segundo o governo filipino.

Clima extremo Austrália (Foto: Rob Griffith/AP)
Calor extremo provocou incêndios na Austrália (Foto: Rob Griffith/AP)

Uma extensa onda de calor atingiu grande parte do país, que registrou em algumas regiões temperaturas acima de 50°C. Também contribui para o calor a irregularidade nas chuvas. Incêndios acometem parte do território australiano. Segundo cientistas, 2013 foi o ano mais quente desde 1910 no país, quando começou a ser feito o registro de temperaturas do país.
Fontes desta reportagem: Paulo Artaxo (IPCC/USP); José Marengo (IPCC/Inpe); Heitor Evangelista (UERJ); Met Office; NOAA; Inpe

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

TEMPESTADE DE GELO - EUA

Tempestade de gelo e neve atinge sudeste dos EUA

Fenômeno pode causar apagões generalizados, segundo meteorologistas.
Trecho mais afetado vai do leste do Texas às Carolinas


Uma letal tempestade de gelo e neve atingiu nesta quarta-feira (12) o sudeste dos EUA, prejudicando os transportes rodoviários e aéreos e ameaçando causar apagões generalizados, segundo meteorologistas.
O trecho mais afetado vai do leste do Texas às Carolinas, podendo chegar até os estados do Médio Atlântico na noite desta quarta, segundo Roger Edwards, meteorologista do Serviço Meteorológico Nacional. "É incomum termos uma tempestade de gelo tão a leste no Sul Profundo", acrescentou.
O presidente Barack Obama decretou estado de emergência na Geórgia, onde o governo estadual não funcionaria na quarta-feira. Governadores de outros Estados do sul declararam emergências climáticas.

Imagem de satélite mostra nuvens associadas à tempestade de neve que atinge o sudeste dos EUA nesta quarta-feira (12) (Foto: Nasa/AFP)

Imagem de satélite mostra nuvens associadas à tempestade de neve que atinge o sudeste dos EUA nesta quarta-feira (12) (Foto: Nasa/AFP)
As autoridades se apressaram em fazer planos para lidar com o mau tempo, após enfrentarem críticas há duas semanas, quando uma tempestade paralisou estradas na região de Atlanta e obrigou mais de 11 mil estudantes do Alabama a passarem a noite em suas escolas

As condições se agravaram durante a noite, quando uma faixa do Alabama à Carolina do Sul foi atingida com chuva, granizo e neve. Moradores se preparam para enfrentar chuva congelada e vias escorregadias, segundo Edwards. "O tráfego matinal será horrível", alertou. "Pessoas que não estão acostumadas a lidar com essas condições devem evitá-las - ficar em ambientes fechados, ficar fora das estradas."
A última tempestade de gelo significativa nessa região foi em janeiro de 2000, quando a formação de 13 milímetros de gelo deixou mais de 350 mil pessoas sem energia, disse o meteorologista Dan Darbe. No caso da tempestade atual, "estamos falando em uma área bem maior e com muito mais gelo".
A tempestade já despejou 5 a 15 centímetros de neve na terça-feira no norte da Geórgia. Mas o gelo era uma preocupação muito maior na quarta-feira, quando é esperado o acúmulo de 6 a 20 milímetros em grande parte da Geórgia, incluindo a região metropolitana de Atlanta. Algumas áreas podem ter mais de 25 milímetros.
A tempestade já provocou duas mortes em acidentes de trânsito no Mississippi e três no norte do Texas, segundo as autoridades.
Mais de 2.500 voos foram cancelados nos EUA, e muitos sofrem atrasos na manhã de quarta-feira, segundo o site de monitoramento aéreo FlightAware.com.

AMEAÇA DE GUERRA - IRÃ - EUA - ISRAEL

Irã diz estar pronto para batalha decisiva contra EUA e Israel

Comandante das Forças Armadas disse que ameaça dos EUA é 'blefe'.
Negociações sobre programa nuclear serão retomadas na segunda (17).

O comandante das Forças Armadas iranianas chamou de "blefe político" as declarações americanas sobre uma "opção militar" no caso de fracasso das negociações nucleares e disse que o Irã está preparado para a "batalha decisiva contra os Estados Unidos e o regime sionista".
"Advertimos que, se for iniciada uma ofensiva contra nossas forças a partir de um território, todas as posições (deste) serão atacadas. Não temos nenhuma hostilidade ante os países da região, mas no caso de ataque a partir das bases americanas na região, os atacaremos" declarou o general Hasan Firuzabadi, comandante do Estado-Maior, citado pela agência Fars


Autoridades americanas afirmaram várias vezes nas últimas semanas que "todas as opções estão sobre a mesa" no caso de fracasso das negociações entre o Irã e as grandes potências sobre seu programa nuclear.
As negociações serão retomadas na segunda-feira.
O general iraniano chamou de "blefe político" as ameaças de uma eventual opção militar no caso de fracasso das negociações.
Os Estados Unidos mantêm muitas bases militares na região, em particular na Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Kuwait e Turquia.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

LAGO URMIA - IRÃ

Lago que já foi um dos maiores do Irã tem apenas 5% de sua capacidade

Reservatório natural Urmia abastece região metropolitana de Teerã.
Escassez é causada por construção de barragens, segundo especialistas.

Imagem feita em 14 de janeiro mostra o Lago Urmia, que está com apenas 5% de sua capacidade (Foto: Morteza Nikoubazl/The New York Times)

Imagem feita em 14 de janeiro mostra o Lago Urmia, que está com apenas 5% de sua capacidade (Foto: Morteza Nikoubazl/The New York Times

Um lago que já foi considerado o maior do Irã sofre um grave problema de escassez. De acordo com reportagem do jornal norte-americano “The New York Times”, restam apenas 5% da água do Lago Urmia, que, segundo moradores e especialistas, foi afetado pela construção de barragens, que reduziram o fluxo de água dos afluentes que alimentam o lago.

Imagens feitas pela publicação mostram navios enferrujando no leito seco e rodeado por neve. De acordo com o texto, o desaparecimento do Urmia, que já foi um dos maiores lagos salgados do mundo, afeta o abastecimento de água a região metropolitana de Teerã, com 22 milhões de habitantes.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

ACORDO CLIMÁTICO

Presidentes dos EUA e da França defendem acordo climático ambicioso

Obama e Hollande pediram medidas concretas para reduzir emissões.
Publicação de artigo conjunto coincide com visita do francês aos EUA


Os presidentes da França, François Hollande, e dos EUA, Barack Obama, durante encontro no Salão Oval da Casa Branca nesta sexta-feira (18) (Foto: AFP)

Os presidentes da França, François Hollande, e dos EUA, Barack Obama, durante encontro no Salão Oval da Casa Branca em 18 de maio de 2012 (Foto: AFP)

Os presidentes da França, François Hollande, e dos Estados Unidos, Barack Obama, defenderam um acordo climático ambicioso em um artigo conjunto publicado nesta segunda-feira (10) nos jornais "Le Monde" e "Washington Post".
"Seguimos estimulando a todos os países que se associem a nossa busca de um acordo mundial ambicioso e global para a redução das emissões de gases com efeito estufa com medidas concretas", escrevem Obama e Hollande.
Os dois presidentes recordam que no próximo ano Paris receberá uma conferência sobre o clima que será vital para o futuro do planeta.
A publicação do artigo coincide com a visita oficial aos Estados Unidos de François Hollande, que viaja nesta segunda-feira a Washington.
"Arraigada em uma amizade de mais de dois séculos, nossa cooperação cada dia mais estreita constitui um modelo de cooperação internacional", completaram os dois chefes de Estado no texto, que tem como título 'Uma aliança transformada' e é acompanhado de uma foto dos dois presidentes sorridentes um ao lado do outro.
Hollande e Obama também citam suas posições sobre o Irã e a Síria. Afirmam que a África é o cenário mais visível da "nova cooperação" entre os dois países.
"Mais que em nenhum outro local, a África talvez seja o local onde nossa nova cooperação tem sua expressão mais visível", afirmaram, com referências em particular ao Sahel e à República Centro-Africana.

"Paralelamente ao novo impulso de nossa aliança no cenário mundial, queremos aprofundar nossa relação econômica", destacaram os dois presidentes, que pediram uma "associação para o comércio e o investimento" entre União Europeia e Estados Unidos para criar "mais intercâmbios, mais empregos e mais possibilidades de exportação, principalmente nas pequenas empresas de nossos dois países".

domingo, 9 de fevereiro de 2014

SECA - SÃO PAULO - BRASIL

Nível da Cantareira cai abaixo dos 20% e é o menor da história, diz Sabesp

Índice de 19,8% foi registrado neste domingo; chuva ficou abaixo da média.
Sabesp vê cenário preocupante é dá desconto para quem economizar água.

Represa Jaguari, que faz parte do Sistema Cantareira, em Jacareí (SP), que está mais de 8 metros abaixo do seu nível de vazão devido à falta de chuvas (Foto: Nilton Cardin/Sigmapress/Estadão Conteúdo)

Represa Jaguari, que faz parte do Sistema Cantareira, em Jacareí (SP), que está mais de 8 metros abaixo do seu nível de vazão devido à falta de chuvas (Foto: Nilton Cardin/Sigmapress/Estadão Conteúdo

A capacidade nos reservatórios de água do Sistema Cantareira caiu abaixo dos 20% e atingiu o menor nível da história, segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo(Sabesp).O índice registrado neste domingo (9) é de 19,8%.
Apesar de no dia 9 de fevereiro de 2004, o nível do reservatório estar em 5,6%, segundo o site do próprio sistema, a companhia informa "que os níveis foram revisados e, a partir de agosto daquele ano [2004], uma regulamentação determinou que fossem incorporados volumes que antes eram considerados como reserva técnica".
Portanto, a Sabesp não contava os 20% que tinham no reservatório para fazer a medição, "assim sendo, naquela época, o índice era cerca de 25%, maior que o atual".
A chuva que atingiu a região do sistema neste domingo foi de 0,9 milímetros e a acumulada no mês de fevereiro, 1,3 milímetro. A média histórica para o mês é de 202,6 milímetros de chuva. A companhia diz esperar chuva para a segunda quinzena de fevereiro

Formado por quatro represas, o sistema é responsável por abastecer casas de mais de 8 milhões de pessoas na Grande São Paulo. A Sabesp classificou o cenário como "preocupante" e anunciou no sábado (1º) desconto de 30% para quem economizar água.
A falta de chuva e o calor recorde levaram à situação crítica. Segundo a Sabesp, "o mês de dezembro de 2013 foi especialmente ruim: teve 62 milímetros de chuva, quando a média histórica é de 226 milímetros. Foi o pior mês de dezembro desde que a medição começou a ser feita, há 84 anos".
Em janeiro as chuvas que normalmente chegam a 300 milímetros, ficaram em 87,7 milímetros. "Além disso,  foi o janeiro mais quente da história e como não chove (o que ajudaria a baixar a temperatura), o consumo de água acaba se mantendo em nível elevado o dia todo", segundo a companhia.
O Cantareira fornece água para casas de mais de 8 milhões de moradores da Zona Norte, do Centro, pequena parte da Zona Leste de São Paulo e 10 municípios da região metropolitana (Franco da Rocha, Francisco Morato, Caieiras, Osasco, Carapicuíba, Santana do Parnaíba, São Caetano do Sul e parte dos municípios de Guarulhos, Barueri, Taboão da Serra e Santo André

TECNOLOGIA - ROBÔS ASSASSINOS

Grupo de cientistas nos EUA quer proibição de 'robôs assassinos'

Pesquisador diz à BBC que aviões de combate autônomos e outras tecnologias de uso militar que matam seriam 'ofensa à dignidade humana'


Gubrud trabalha há 25 anos com organização que luta contra armas robóticas (Foto: Mark Gubrud)


Gubrud trabalha há 25 anos com organização que
luta contra armas robóticas (Foto: Mark Gubrud)

Há mais de duas décadas, Mark Gubrud, pesquisador do Programa sobre Ciência e Segurança Global da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, luta pela criação de regras para o controle de armas robóticas autônomas.
Ele é membro do Comitê Internacional para o Controle de Armas Robóticas (CICAR), um grupo de ativistas, acadêmicos e intelectuais do mundo todo que tenta conseguir a proibição do uso de robôs que podem matar sem a interferência humana.
A última preocupação deste grupo é um lançamento de uma companhia de armamentos britânica, a BAE Systems: o avião de combate autônomo Taranis.
Nesta semana, a BAE Systems divulgou imagens dos primeiros voos do protótipo do Taranis, realizados em 2013. A aeronave não-tripulada é capaz de realizar missões intercontinentais, é difícil de detectar e pode atacar alvos no ar e em terra.
O drone também pode ser controlado a partir de qualquer lugar do planeta por um piloto em terra. No entanto, o Taranis também pode funcionar sozinho, sem intervenção humana.
O Ministério da Defesa britânico, que financiou parte do projeto, disse que não vai usar o Taranis no modo autônomo.
No entanto, esta questão continua preocupando Gubrud, que vê o Taranis como um novo avanço no desenvolvimento de robôs e máquinas autônomas capazes de matar sem a intervenção de humanos.

'Não está clara a razão de o Reino Unido precisar de um avião autônomo de combate furtivo no século 21. Para qual guerra ele é necessário? Que armas terá o inimigo?', questiona.
Gubrud conta que faz campanha contra o uso de armamento autônomos há 25 anos e que vê uma oposição generalizada à produção do que chama de 'robôs assassinos'.
'Uma pesquisa de março do ano passado (da consultoria YouGov) mostra que o público americano é majoritariamente contra as armas autônomas e apoia os esforços para proibi-las. E o interessante é que esta é a opinião predominante entre membros, ex-membros e familiares de membros das Forças Armadas (dos Estados Unidos)', disse Gubrud em entrevista à BBC Mundo.

Exterminador Gubrud cita como exemplo de armamentos autônomos em uso as minas antipessoais, que seriam um tipo de 'robô extremamente simples, que pode estar ativado, o que o faz explodir, ou esperando para ser ativado'.
Como exemplos mais avançados, ele cita robôs sentinelas sul-coreanos, capazes de identificar intrusos humanos de forma autônoma dentro de uma área determinada, de 'disparar também de forma autônoma, ou de ser instruídos de forma remota para abrir fogo'.
Gubrud também cita mísseis, já existentes, que procuram um alvo específico fora do campo visual, mísseis terra-ar ou ar-mar que, segundo ele, têm uma tecnologia que permite distinguir o alvo real de outros falsos, um tipo de navio de outro tipo de navio.
Para Gubrud, não estamos muito distantes de um cenário em que um robô, como o da série de filmes Exterminador do Futuro, é acionado para realizar missões específicas em situações de conflito.
'O 'Exterminador' era um robô assassino. E veja o que está acontecendo hoje em dia: uma das mais importantes missões das aeronaves controladas de forma remota (drones) é matar'.
O pesquisador acreditar que quanto maior for a automatização, maior será o risco de perda de controle.
'Se você pensar em um sistema de confronto automático, no qual exércitos de robôs se enfrentam, pode imaginar como seria difícil para uma equipe de engenheiros desenvolver (a tecnologia necessária) e conseguir garantir sua estabilidade no longo prazo?'

Controle humano O pesquisador afirma que é preciso deter o desenvolvimento destes robôs autônomos o mais rapidamente possível - antes que o desenvolvimento deste tipo de armamento avance.
O primeiro passo neste sentido seria divulgar sua existência. O próximo seria lutar pela criação de regras e protocolos que regulamentem o desenvolvimento da tecnologia.
'Acho que os princípios mais fortes para basear uma proibição de armas autônomas são os da humanidade: os humanos sempre devem ter o controle e a responsabilidade do uso de uma força letal', disse.
'É uma ofensa à dignidade humana que existam pessoas submetidas à violência por decisão de uma máquina, ou que estejam sujeitos à ameaça do uso da força por parte de uma máquina, ou que um conflito entre humanos seja iniciado por uma máquina de forma involuntária.'
'É um direito humano não ser morto por uma decisão de uma máquina. Este é um princípio moral muito forte, com uma atração universal. E esta deve ser a base para proibir as armas autônomas.'
Para ele, é preciso definir um regime de controle de armas 'que implica que os estados aceitem estes princípios e que os ensinem nas academias militares e que não tenham armas autônomas'.
Mas, Gubrud também é realista e acredita que as principais potências mundiais resistirão a qualquer tentativa de proibir as armas autônomas.
'Certamente os Estados Unidos são os mais importantes; têm uma política declarada a favor de seu desenvolvimento. A China vê uma oportunidade também e já têm sistemas que seriam preocupantes. O mesmo com a Rússia e o Reino Unido.'

sábado, 8 de fevereiro de 2014

NEVE - JAPÃO

08/02/2014 11h23 - Atualizado em 08/02/2014 11h23

Neve deixa 3 mortos, 500 feridos e




provoca transtornos no Japão

Nevascas são as mais intensas das duas últimas décadas, diz agência.
Voos foram cancelados e 40 mil casas ficaram sem energia em Tóquio.



 Jato japonês no aeroporto de Tóquio, coberto de neve neste sábado (Foto: Kazuhiro Nogi/AFP)


Jato japonês no aeroporto de Tóquio, coberto de neve neste sábado (Foto: Kazuhiro Nogi/AFP)
 As nevascas mais intensas das últimas duas décadas em Tóquio e em outras regiões do Japão deixaram três mortos e 500 feridos, indicaram a agência meteorológica e os meios de comunicação japoneses.

Mais de 740 voos foram cancelados, aeroportos tiveram de ser fechados ou operar parcialmente, e 40 mil casas ficaram sem energia elétrica.
Uma camada de neve de 22 centímetros cobria Tóquio na tarde deste sábado (8), superando os 20 centímetros pela primeira vez desde 1994, indicou a agência meteorológica.
A agência emitiu pela primeira vez em 13 anos um boletim de alerta pelas fortes nevascas e convocou a população a ficar em casa e a sair apenas em caso de emergência.
Duas mulheres, de 88 e 90 anos, morreram em um acidente de automóvel em Ishikawa (centro), segundo a rede de televisão pública NHK, que acrescentou que foram registrados 3.200 acidentes no país, na derrapagem de veículos em ruas e estradas cobertas de gelo.
Além disso, um homem morreu em Nagano ao colidir seu automóvel contra um trem.
Segundo a NHK, pelo menos 494 pessoas ficaram feridas em acidentes relacionados às fortes nevascas.
A agência meteorológica prevê que siga nevando na noite deste sábado e nas primeiras horas de domingo (9).

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

EUA - MUDANÇA CLIMÁTICA

EUA vão implantar polos agrícolas para combater mudança climática

Centros vão auxiliar agricultores a se adaptarem aos fenômenos extremos.
Seca e frio em regiões do país são indicativos de transformações


Imagem feita em 4 de fevereiro mostra área seca do Lago Mendocino, na Califórnia. O reservatório está com apenas 37% de sua capacidade, de acordo com o governo do estado norte-americano (Foto: Rich Pedroncelli/AP)

Imagem feita em 4 de fevereiro mostra área seca do Lago Mendocino, na Califórnia. O reservatório está com apenas 37% de sua capacidade, de acordo com o governo do estado norte-americano (Foto: Rich Pedroncelli/AP

O governo dos Estados Unidos anunciou nesta quarta-feira a implantação de polos agrícolas regionais para combater as mudanças climáticas e seus efeitos, em um momento em que o sudoeste do país sofre com uma seca sem precedentes.
O secretário da Agricultura, Tom Vilsack, informou por meio de comunicado que serão instalados sete centros em regiões diferentes e estes reunirão representantes de organizações federais e associações profissionais envolvidas com o tema.
Estes centros "tratarão os riscos crescentes" resultantes das mudanças climáticas, como "os incêndios, as espécies invasivas, as cheias devastadoras e a seca".
A ideia é "traduzir a ciência e a pesquisa em informações para os agricultores, os pecuaristas e os produtores florestais, sobre a forma de adaptar e ajustar" suas atividades às alterações do clima, segundo a fonte.

Em meados de janeiro, o governador da Califórnia (oeste) decretou estado de emergência devido à seca que afeta o estado e que poderia ser mais a mais grave do do último século, o que ameaça com a perda de colheitas e incêndios florestais devastadores.
O nível de muitos reservatórios d'água no sudoeste, como o Lago Mead, que abastece Las Vegas (Nevada), também se encontra no nível mais baixo.
A luta contra o aquecimento global estava entre as grandes promessas de Barack Obama durante sua campanha presidencial de 2008, mas o tema ficou em segundo plano após o fracasso de um projeto de lei no Congresso, no começo de seu primeiro mandato.
As medidas anunciadas por Vilsack se inscrevem na continuidade do discurso sobre o estado da União, proferido por Obama em 28 de janeiro. Na ocasião, o presidente repetiu que "as mudanças climáticas são um fato demonstrado" e prometeu tomar medidas unilaterais, sem esperar o Congresso, para promover seu programa.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

ALASCA - MUDANÇA CLIMÁTICA

Mudança climática reduz camada de gelo em lagos do Alasca

Entre os impactos está o possível desaparecimento das estradas que cruzam esses lagos congelados.

Entre os impactos das mudanças climáticas está o possível desaparecimento das estradas que cruzam lagos congelados no Alasca (Foto: BBC/Nasa)

Entre os impactos das mudanças climáticas está o possível desaparecimento das estradas que cruzam lagos congelados no Alasca (Foto: BBC/Nasa/USGS

Os onipresentes lagos gelados que dominam a costa do Alasca sofreram mudanças significativas nas últimas duas décadas: eles estão derretendo muito mais cedo, e muitos deles não permanecem mais congelados durante todo o inverno. O motivo, segundo um estudo publicado na revista Cryosphere, é que a camada de gelo nesses lagos foi reduzida em 22% nas últimas duas décadas, em consequência das mudanças climáticas.
A pesquisa analisou os lagos entre 1991 e 2011 e, durante esse período, a capa de gelo diminuiu até 38 centímetros –a maior redução ocorreu nos últimos seis anos estudados, sendo que o nível mais baixo foi alcançado em 2011.

Quebra-cabeça A autora principal da pesquisa, Cristina Surdu, disse ter ficado "chocada ao observar uma redução de gelo tão dramática em um período de apenas 20 anos".
"Essa é mais uma peça no quebra-cabeça da mudança climática na região. Estamos vendo subirem as temperaturas do ar, estamos vendo o gelo do mar ser reduzido, e estamos vendo cada vez mais áreas verdes no Ártico. Os lagos são parte dessa história."
O comportamento dos lagos muito provavelmente reflete as temperaturas mais quentes da região, que subiu até 1,7° C na primeira década do século 21 na cidade de Barrow. Para algumas pessoas, impactos serão benéficos, como uma maior disponibilidade de água na região durante os meses do inverno.
Mas outras consequências vão causar problemas. Um exemplo são as chamadas estradas geladas, que passam pelos lagos congelados. Elas podem se tornar inviáveis à medida que o gelo fica mais fino.
O estudo se baseou em imagens captadas por satélites da Agência Espacial Europeia

CALOR E FRIO NO MUNDO

Veja perguntas e respostas sobre extremos de calor e frio no mundo

Mês de janeiro foi marcado por quadro de -50°C nos EUA a 44ºC no Brasil.
Maiores frequência e intensidade podem ter ligação com aquecimento global


Cachoeira do Niágara congelada, no Canadá, e calor na Praia de Ipanema, no Rio (Foto: Aaron Harris/Reuters e Yasuyoshi Chiba/AFP)

Cachoeira do Niágara congelada, no Canadá, e calor na Praia de Ipanema, no Rio (Foto: Aaron Harris/Reuters e Yasuyoshi Chiba/AFP)

As temperaturas negativas registradas nos Estados Unidos e na Europa em janeiro, ao mesmo tempo em que incêndios provocados pelo calor escaldante atingiram Chile e a Austrália – os termômetros no Brasil também estão altos – podem indicar que o planeta vive um desarranjo climático.
De acordo com especialistas ouvidos pelo G1, os eventos do clima, com frio ou calor extremos, são comuns, mas o fato de eles ocorrerem com mais frequência e intensidade nos últimos anos pode ter ligação com as mudanças climáticas.
Veja abaixo algumas perguntas e respostas sobre o assunto:
- Calor, frio, neve, chuva, incêndios florestais... tudo ao mesmo tempo. Esses fenômenos são consequências da mudança climática global?
Ainda é prematuro dizer, de acordo com cientistas. Eventos climáticos com frio ou calor extremos sempre ocorreram e vão ocorrer no planeta, pois o clima tem como característica a alta variabilidade. Mas, segundo José Marengo, pesquisador do Centro de Ciência do Sistema Terrestre, ligado ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), eventos extremos mais frequentes e intensos já são perceptíveis e podem ter relação com as mudanças climáticas.

Calor leva uma multidão às praias do Rio (foto de 9/1/2014) (Foto: Yasuyoshi Chiba/AFP)

Calor leva uma multidão às praias do Rio (Foto: Yasuyoshi Chiba/AFP)

 O que são as mudanças climáticas? São alterações do clima provocadas pelo aumento da temperatura global, consequência de um “efeito estufa enlouquecido”, ou seja, uma capacidade exagerada da atmosfera de reter calor devido à presença excessiva de gases-estufa (como o dióxido de carbono e o metano) lançados na atmosfera pela queima de combustíveis fósseis, como petróleo e carvão, e o desmatamento e queima de áreas florestais.

De acordo com os climatologistas, uma maior concentração de CO2 na atmosfera significaria mais energia armazenada. Um dos modos de dissipar essa energia é através de fenômenos climáticos extremos.
Neve acumula em bicicletas no centro de Chicago.  (Foto: Kiichiro Sato/AP)

Neve acumula em bicicletas no centro de Chicago

Mas se é aquecimento global, por que nos Estados Unidos e no Canadá o clima é de 'congelar'? Os especialistas explicam que aquecimento global não significa que todo o planeta pode esquentar, mas sim que pode ocorrer um desarranjo global. Isso possibilita, por exemplo, numa mesma semana, sensação térmica de -50ºC nos EUA e termômetros marcando 50ºC na Austrália e no Brasil.
Os dois países foram afetados pelo vórtice polar, fenômeno climático que normalmente acontece na região do Círculo Polar Ártico, mas que sofreu alteração em sua dinâmica de circulação, permitindo que massas de ar que ficavam circunscritas ao Ártico atinjam latitudes mais baixas, como os dois países.

Isto permitiu que regiões dos EUA, como Wiscosin, registrassem -38ºC e tivessem sensação térmica de -50 ºC, ou ainda o congelamento de parte das famosas quedas d’água das Cataratas do Niágara, localizada na fronteira do país com o vizinho Canadá.
De acordo com Paulo Artaxo, físico da Universidade de São Paulo e integrante do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, o IPCC, o degelo no Ártico, região mais afetada pela elevação da temperatura global, pode ser uma resposta para os fenômenos intensos. A teoria foi apresentada por outros cientistas, incluindo o consultor científico da Casa Branca, o pesquisador John Holdren, em vídeo postado pelo governo americano.

Bombeiro combate incêndio em Perth, no oeste da Austrália. (Foto: AP Photo/Department of Fire and Emergency Services, Evan Collis)

Bombeiro combate incêndio em Perth, no oeste da Austrália
Qual é a explicação para o calor escaldante na Austrália? Uma extensa onda de calor atingiu grande parte do país, que registrou em algumas regiões temperaturas acima de 50ºC. Também contribui para o calor a irregularidade nas chuvas, que costumam refrescar o país neste período do ano.

Enquanto a precipitação não vem, incêndios acometem parte do território australiano, como na região de Perth, onde a temperatura chegou aos 44ºC este mês. O calor em excesso provocou incêndios que mataram de milhares de morcegos em Queensland.

Segundo cientistas, as temperaturas do país vêm se mantendo altas durante os verões. O departamento climático do país informou que 2013 foi o ano mais quente desde 1910, quando começou a ser feito o registro de temperaturas do país.

Nuvens carregadas e chuva forte na região de Guarulhos, na Grande São Paulo, na tarde desta segunda-feira (13). (Foto: Geovani Velasquez/Brazil Photo Press/Estadão Conteúdo)
Nuvens carregadas em Guarulhos na grande São Paulo

É comum chuvas e calor escaldante no Brasil ao mesmo tempo? Sim, segundo meteorologistas. O verão no país é conhecido por registrar fortes chuvas em determinadas áreas e outras, concomitantemente registrarem céu limpo e calor intenso.

Fenômenos como as chuvas que atingiram Itaoca, no interior de São Paulo, são eventos típicos da estação. O que não é normal, segundo os cientistas, é a frequência e intensidade desses acontecimentos -- fatores que estariam ligados às mudanças climáticas.
Outra característica distinta deste verão é uma irregularidade no nível de precipitação em diferentes regiões do Brasil, que têm registrado forte calor devido à presença de uma massa de ar seco.

No Rio de Janeiro, por exemplo, os termômetros registraram no início deste ano sensação térmica de 50ºC. Em São Paulo, o mês de dezembro de 2013 foi o segundo mais seco desde 1933, quando iniciaram as medições na estação meteorológica da Água Funda, Zona Sul da capital paulista.
Segundo a meteorologista Samantha Martins, do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (USP), essa irregularidade de chuvas não é muito comum para essa época do ano, mas pode ser classificada como fenômeno extremo.

AQUECIMENTO A LONGO PRAZO

2013 foi o sexto ano mais quente desde 1850, afirma agência da ONU

Dados foram divulgados pela Organização Meteorológica Mundial.
'Temperatura confirma aquecimento a longo prazo', disse secretário



O sol continua predominado no estado acompahando de muito calor  (Foto: Valéria Martins/G1)O ano de 2013 foi o sexto mais quente desde 1850, quando começaram a ser feitas medições da temperatura global, e se igualou a 2007, de acordo com estatísticas da Organização Meteorológica Mundial (WMO), ligada às Nações Unidas.
Segundo a entidade, a tendência para os próximos anos é de a temperatura no mundo subir ainda mais. No Brasil, por exemplo, São Paulo registrou em 2014 o janeiro mais quente de sua história desde o início das medições diárias de temperatura feitas pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), em 1943.

De acordo com o relatório da WMO, a temperatura média da superfície terrestre e dos oceanos superou em 0,50ºC a média calculada entre 1961 e 1990, e ficou 0,03ºC acima da média entre 2001 e 2010.
"A temperatura média de 2013 confirma a tendência de aquecimento a longo prazo", afirmou o secretário-geral da organização, Michel Jarraud. "A taxa de aquecimento não é uniforme, mas a tendência subjacente é inegável. Dadas as quantidades recordes de gases de efeito estufa na nossa atmosfera, as temperaturas globais continuarão a subir para as próximas gerações", explicou.
"A nossa ação - ou a falta de ação - para reduzir as emissões de dióxido de carbono e outros gases que retêm o calor irão moldar o estado do nosso planeta para nossos filhos, netos e bisnetos", disse Jarraud.
Segundo a WMO, 13 dos 14 anos mais quentes aconteceram no século 21. O recorde são dos anos de 2010 e 2005 (0,55°C), seguidos por 1998, anos marcados pelo fenômeno de aquecimento muito poderoso provocado pelo El Niño.
Tanto o El Niño quanto o fenômero de resfriamento La Niña são fatores determinantes para a variabilidade natural do clima. O ano de 2013 foi um dos quatro anos mais quentes que se produziu estes fenômenos.

Temperaturas em terra e oceanos No que diz respeito às superfícies terrestres, a temperatura mundial de 2013 foi superior em quase 0,85°C à média de 1961-1990 e em aproximadamente 0,06°C à média de 2001-2010, segundo o comunicado do organismo.
Esta é a quarta maior temperatura já registrada, motivada em parte por um período muito quente de novembro a dezembro.
Nos oceanos, em 2013 foi observado um calor excepcional na Grande Baía Australiana e suas águas adjacentes, assim como em partes do nordeste e no centro-sul do Oceano Pacífico e em grande parte do Oceano Ártico.
A temperatura na superfície dos oceanos mundiais foi a maior desde 2010. Junto com 2004 e 2006 foi o sexto ano mais quente dos registros, 0,35°C acima da média de 1961-1990 e sendo igual à média mais recente de 2001-2010, segundo a OMM.
A OMM, com 191 países membros, explica no comunicado que divulgou os dados sobre as temperaturas para antecipar a versão completa da declaração sobre o estado do clima de 2013, que será divulgado em março.
Na declaração serão especificadas de forma mais detalhada as temperaturas, as precipitações, as inundações, as secas, os ciclones tropicais, a camada de gelo e o nível do mar em escala regional.

TERROR CONTRA ISRAEL

Existem 170 mil mísseis apontados para Israel
13.000 homens-bomba estão sendo treinados para ataques terroristas
 
Existem 170 mil mísseis apontados para Israel
Existem 170 mil mísseis apontados para Israel

O chefe da agência de inteligência de Israel, o major-general Aviv Kochavi, afirma que existem cerca
 de 170 mil foguetes e mísseis apontados contra o pais pelos Estados inimigos. “Nós chamamos este período de ‘era de fogo’, levando em conta a quantidade de mísseis e foguetes que enfrentamos”, disse ele ao jornal The Jerusalem Post.  Mas essa não é a única ameaça grave.
Para ele, as possibilidades inerentes à guerra cibernética são “quase ilimitadas, e isso não é uma metáfora”. Segundo o Times of Israel, Kochavi acredita que essa é “uma revolução maior que a criação da pólvora ou o uso do espaço aéreo no início do século passado”. O general também diz não se surpreender que muitos desses aspectos da “guerra silenciosa” no Oriente Médio nunca cheguem até as TVs.
Revelou ainda que inteligência militar recentemente expandiu e mudou tanto sua metodologia quanto sua abordagem à espera de ataques. Listou o que considera os quatro desafios centrais para a nação de Israel. O primeiro é o conhecido programa nuclear do Irã, que o governo israelense não tem dúvidas que estará pronto ainda este ano. Em seguida, os 170.000 foguetes e mísseis, fazendo com que “pela primeira vez em muitas décadas, o inimigo tenha a capacidade de lançar uma quantidade tão grande de munição contra as cidades de Israel”. O general acredita que assim que a guerra civil da Síria acabar, esse número deve subir.
Em terceiro lugar viriam as ameaças cibernéticas que “estão crescendo exponencialmente”. Esclarecendo que durante o ano passado, o estado enfrentou centenas de ataques contra os sistemas de defesa, bem como empresas de água e luz. Isso que tem obrigado o governo a investir cada vez mais nessa área. Por último, coloca a presença de elementos jihadistas ao longo das fronteiras de Israel.
Isso é creditado em grande parte ao Hamas e o Hezbollah, organizações terroristas que defendem a emancipação da Palestina. Recentemente, o Hamas divulgou que possui hoje cerca de 13 mil jovens “em preparação”, em comparação com apenas 5.000 no ano passado.
O projeto chamado “Os Pioneiros do Amanhã” recruta alunos a partir dos 14 anos, que estejam dispostos a tornarem-se mártires da causa do Islã contra Israel. As atividades desses campos de treinamento incluem manejo de armas, artes marciais, táticas de guerrilha e aulas sobre Islamismo e a causa da Jihad (guerra santa).
O primeiro-ministro Autoridade `Palestina e líder do Hamas, Ismail Haniyeh, destacou que cresce o número de voluntários do sexo feminino. Com informações Prophecy News Watch.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

COMERCIAL SOBRE "CHEGADA DO ANTICRISTO"

Comercial sobre “chegada do Anticristo” gera polêmica
“Profeta” afirma que sociedade está sendo preparada para a vinda do Anticristo diariamente
por Jarbas Aragão


Comercial sobre “chegada do Anticristo” gera polêmica Comercial sobre "chegada do Anticristo" gera polêmica
Foram quase 40 milhões de acessos no Youtube em apenas 5 dias. Considerado o melhor comercial exibido durante o Superbowl, final do campeonato de futebol dos EUA, exibido para 25 milhões de telespectadores.
O tema é lúdico, um cachorrinho que prefere ficar com seus amigos cavalos do que com os donos humanos. Feito para promover a marca de cerveja Budweiser, ninguém aparece bebendo durante os 60 segundos do comercial. No final, a mensagem #melhoresamigos.
Mesmo assim, um grupo cristão está causando polêmica na internet afirmando que se trata de um comercial com uma mensagem oculta: o anticristo está chegando.
Parece bizarro? O autoproclamado “profeta dos últimos dias” William Tapley afirma que as imagens do pequeno labrador que prefere a companhia dos cavalos Clydesdale “é uma prova da aproximação do fim dos tempos”.
E mais: “Está falando sobre a chegada do Anticristo”. Para Tapley, o nome do local onde eles estão, o rancho “Warm Springs” [Fonte de Água Quente], é “um código para o lago de fogo… É de onde o cachorrinho vem. Mas… este filhote é mais do que um animal bonitinho. É um símbolo do Anticristo.”
Tapley publicou um vídeo onde tenta explicar o simbolismo que vê ao longo do comercial, afirmando que os quatro cavalos representam as “os quatro cavaleiros do apocalipse” e o quinto simboliza o “falso profeta”.
Para o profeta, os criadores do comercial não sabiam o que estavam fazendo e que, de diversas maneiras, a sociedade está preparando as pessoas para a vinda do Anticristo.
O mais surpreendente é que muitas pessoas tem apoiado esse tipo de afirmação. Em fóruns de discussão sobre o final dos tempos o assunto é tratado com seriedade.
Tapley ficou conhecido alguns anos atrás quando denunciou que o presidente Barack Obama trazia uma mensagem satânica no material de campanha para sua reeleição.

SÍRIA - CRIANÇAS NA GUERRA

Crianças sofrem abusos de rebeldes e tropas do governo na Síria, diz ONU

Grupos opositores recrutam crianças refugiadas em países vizinhos.
Forças do governo sírio detêm e torturam crianças ligadas a rebeldes.

Grupos opositores apoiados pelo Ocidente na Síria recrutam crianças refugiadas em países vizinhos enquanto forças do governo sírio detêm e torturam crianças ligadas a rebeldes, afirmou o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em um relatório divulgado nesta terça-feira.
O relatório constatou que nas fases iniciais do conflito de quase três anos as tropas do governo sírio foram em grande parte responsáveis ​​por violações graves contra crianças. Conforme o conflito se intensificou e a oposição armada tornou-se mais organizada, os rebeldes cometeram um número crescente de abusos infantis.
"O sofrimento suportado pelas crianças na República Árabe da Síria desde o início do conflito, conforme documentado neste relatório, é inexplicável e inaceitável", disse Ban no relatório, datado de 27 de janeiro e publicado na Internet nesta terça-feira.
Enquanto a Organização das Nações Unidas já havia acusado os dois lados do conflito de graves violações contra crianças, este é o primeiro relatório ao Conselho de Segurança que detalha a extensão do agravamento do problema. O documento cobre o período de 1º de março de 2011 a 15 de novembro de 2013.
Ban disse que os grupos armados da oposição têm recrutado e usado crianças em funções de apoio e para o combate.
"De particular interesse são os casos de recrutamento ou tentativa de recrutamento de crianças dentro de populações de refugiados em países vizinhos. A maioria dos incidentes foi relacionado com o recrutamento por grupos filiados ao Exército Sírio Livre ou grupos armados curdos sírios", disse Ban.
Uma frágil aliança de grupos rebeldes moderados forma o Exército Sírio Livre, que é liderado pelo Comando Militar Supremo. Potências ocidentais e árabes têm tentado fortalecê-lo como uma força para derrubar o presidente sírio, Bashar al-Assad, mas o grupo tem perdido o apoio de brigadas de rebeldes para uma aliança islâmica.
Arábia Saudita e Catar apoiam o Comando Militar Supremo com armas, treinamento, dinheiro e inteligência, enquanto os Estados Unidos e a Grã-Bretanha forneceram ajuda não-letal, como comunicações e equipamentos de transporte.
Os Estados Unidos e a Grã-Bretanha suspenderam a ajuda não- letal para o norte da Síria, em dezembro, depois de relatos de que combatentes islâmicos apreenderam armazéns de armas de rebeldes apoiados pelo Ocidente, principalmente porque esses materiais poderiam acabar em mãos perigosas.
Mas os Estados Unidos fornecem armas leves para facções rebeldes sírias moderadas no sul do país, e o Congresso dos EUA aprovou o financiamento para mais entregas nos próximos meses, de acordo com autoridades de segurança.
Mais de dois milhões de pessoas - em sua maioria mulheres e crianças - fugiram do conflito na Síria, que começou em março de 2011 com protestos populares contra Assad e culminou em uma guerra civil depois de uma repressão pelas forças de segurança

VULCÃO NA INDONÉSIA

Pesquisadores usam drone para monitorar vulcão na Indonésia

Monte Sinabung entrou em erupção no sábado (1°), na ilha de Sumatra.
Pelo menos 14 pessoas morreram


Pesquisador solta drone distrito de Karo Sibintun nesta terça-feira (4) para monitorar a atividade do vulcão  Monte Sinabung, que entrou em erupção no sábado (1º) e matou 11 pessoas. (Foto: Beawiharta/Reuters)

O Centro de Desenvolvimento de Pesquisa e Tecnologia em Vulcões (BPPTK) da Indonésia está usando drones (aviões não tripulados) para monitorar a atividade do Monte Sinabung, vulcão que entrou em erupção no sábado (1°), na ilha de Sumatra.
 Peloo menos 14 pessoas morreram, segundo autoridades locais.
O Sinabung é um dos cerca de 130 vulcões ativos no país, que fica ao longo do chamado Círculo de Fogo, cinturão vulcânico nas margens do Oceano Pacífico.
A erupção mais mortal registrada na Indonésia nos últimos anos ocorreu no Monte Merapi, perto de Yogyakarta, cidade densamente povoada no centro da ilha de Java. O vulcão entrou em erupção no fim de 2010, matando mais de 350 pessoas.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

AQUECIMENTO GLOBAL - SÃO PAULO - BRASIL

uecimento global
31.janeiro.2014 19:21:16

Uma ideia do que o aquecimento global nos reserva



Temperatura registrada à tarde na Av. Paulista. Crédito: Epitácio Pessoa / Estadão

Já sei, de entrevistas com muitos climatologistas, que um evento isolado climático não nos diz nada sobre as mudanças provocadas pelo aquecimento global e que só a análise de séries históricas nos mostra o tamanho do problema. Mas o calorão que passamos na capital paulista neste mês dá uma ideia muito clara do que vem pela frente.

Estamos falando de um mês que teve média de temperatura de 31,9 °C. Foi a temperatura mais alta desde que começaram a ser feitos os registros, em 1943. Esse valor é cerca de 4 graus maior do que a média histórica para o primeiro mês do ano – de 27,6°C –, de acordo com o Inmet.

É mais ou menos essa elevação que vários estudos climáticos estimam que poderemos sentir no Brasil até o final do século. Só que não apenas em ocasiões extremas e aleatórias. O tempo todo. E na média. O que significa que vários dias podem ser bem mais quentes.

A bagunça climática, na verdade, vai ser muito mais complexa que isso, com alternância de extremos, do muito frio ao muito quente; do muito chuvoso ao muito seco. Mas essa comparação, mesmo que super simplista, já ajuda a ter uma ideia do que é se sentir não só incomodado, mas afetado severamente pelo clima o tempo todo.

O meteorologista Franco Vilela, do Inmet, explica que “é impossível estabelecer relação direta de um evento único com uma escala de tempo, mas também é impossível descartar essa possibilidade (de o mês super quente ser obra das mudanças climáticas)”.

Ele destaca também o impacto da urbanização das cidades, que potencializam o calor. “Não dá para distinguir os fatores locais dos globais, qual parte do aquecimento cabe a cada uma das mudanças, mas de fato temos visto uma tendência de aumento da temperatura, não tanto de máximas, como foi desta vez, mas de mínimas. Já não faz mais tanto frio quanto fazia nas madrugadas”, lembra.

Dos onze meses mais quentes em São Paulo desde o início das medições, oito ocorreram a partir de 1998.

Veja abaixo:

1º – jan/2014 – 31,9°C
2º – fev/1984 – 31,8°C
3º – fev/2003 – 31,6°C
4º – jan/1956 – 30,9°C
5º – fev/1999 – 30,9°C
6º – fev/2010 – 30,9°C
7º – jan/1998 – 30,8°C
8º – jan/1999 – 30,8°C
9º – fev/1977 – 30,7°C
10º – mar/2007 – 30,7°C
11º – fev/2012 – 30,7°C

Vale lembrar que a década de 2001 a 2010 foi, em termos
planetários, a mais quente da história, de acordo com a Organização Mundial Meteorológica (WMO, na sigla em inglês).
 

DERRETIMENTO DA GORELÂNDIA

Derretimento da Groenlândia atinge recorde de velocidade


Análise foi feita com base no escoamento de uma geleira nos anos de 2012 e 2013


03 de fevereiro de 2014 | 16h 47
 
 
A Groenlândia está perdendo gelo para o oceano mais rapidamente do que se imaginava. Essa é a conclusão de um estudo publicado na edição desta semana da revista The Cryosphere, que avaliou a velocidade de escoamento da geleira de Jakobshavn.
O trabalho, feito por pesquisadores da Universidade de Washington e da Agência Espacial Alemã, calculou a velocidade desse escoamento em 2012 e 2013. O movimento do gelo escorrendo para o oceano (que costuma ocorrer no formato de icebergs) é algo natural das geleiras – ou glaciares – e é decorrente da força da gravidade. Mas de 2005 para cá começou a se observar que ele está cada vez mais rápido.
“Estamos vendo agora no período de verão uma velocidade 4 vezes maior a que ocorria em 1990 em um glaciar (Jakobshavn) que já se acreditava ter um dos escoamentos mais rápidos, se não o mais rápido, da Groenlândia”, afirma Ian Joughin, da Universidade de Washington, autor principal do estudo.
O verão de 2012, de acordo com os pesquisadores, atingiu o recorde de escoamento de 46 metros por dia, uma taxa sem precedentes para um glaciar na Groenlândia. A velocidade, apesar de reduzida nos meses de inverno, fez com que a taxa média anual já seja 3 vezes mais rápida que a registrada nos anos 90.
Mais gelo no oceano contribui para uma maior elevação do nível do mar, lembram os cientistas. “Já sabemos que de 2000 a 2010 este glaciar sozinho elevou o nível do mar em cerca de 1 mm. Com o aumento da velocidade de escoamento, é provável que ele contribua ainda mais na próxima década”, diz Joughin.
Acredita-se que foi de Jakobshavn que foi produzido o iceberg que afundou o Titanic em 1912.

CÂNCER NO MUNDO

Casos de câncer devem crescer cerca de 50% em duas décadas, diz OMS

Previsão mundial é que 22 milhões sejam diagnosticados em 2030.
Mortes também devem subir; países pobres serão os mais impactados

Relatório publicado nesta segunda-feira (4) alerta que os casos de câncer aumentarão cerca de 50% até 2030, quando serão diagnosticados em todo o mundo quase 22 milhões de casos de câncer em comparação com os 14 milhões em 2012, devido a um forte aumento da doença nos países em desenvolvimento.
Ao mesmo tempo, as mortes por câncer passarão de 8,2 milhões a 13 milhões por ano. Essas tendências são acompanhadas pelo aumento e o envelhecimento da população e pela adoção de hábitos de risco, como fumar, indica o informe da Agência Internacional para a Pesquisa do Câncer (IARC) da Organização Mundial da Saúde (OMS).
"O maior impacto será registrado nos países com menores recursos, muitos dos quais mal equipados para enfrentar este aumento dos casos de câncer", declarou a diretora da OMS, Margaret Chan.
Países em desenvolvimento
Os países em desenvolvimento não só padecem dos casos de câncer associados com a pobreza, mas também dos resultados de hábitos adquiridos após conquistar melhores condições de vida, como um maior consumo de álcool e tabaco, o consumo de alimentos processados e falta de exercícios físicos. E eles serão os que têm menos recursos para arcar com os caros custos dos tratamentos.
"É necessário um maior compromisso com a prevenção e detecção precoce para lidar com o aumento alarmante na incidência de câncer em nível mundial", disse o diretor da IARC, Christopher Wild.
O câncer substituiu as doenças cardíacas como a principal causa de morte a partir de 2011 e o número anual de diagnósticos aumentou de 12,7 milhões em 2008 para 14,1 milhões em 2012.
O relatório destaca a diferença entre os sexos: cerca de 53% dos casos diagnosticados e 57% das mortes ocorrem em homens.
Os tipos de câncer também diferem em função do sexo. Entre os homens, o câncer mais comum foi os nos pulmões (16,7% do total de casos entre o sexo masculino); seguido pelo câncer de próstata (15%), de colorretal (10%), estômago (8,5%) e fígado (7,5%).
Entre as mulheres, o mais frequente é o câncer de mama (25,2%), seguido pelo colorretal (9,2%), de pulmões (8,7%), útero (7,9%) e estômago (4,8%).
Há também diferenças regionais: mais de 60% dos casos de câncer e 70% das mortes ocorreram na África, Ásia, América Central e América do Sul, segundo o relatório global.
Na América Latina e no Caribe, o câncer de mama e o de próstata são os que têm maior incidência em mulheres e homens, respectivamente. Os tipos mais mortais nestas regiões são o câncer de mama e o câncer de colo do útero entre as mulheres, e o de próstata e de pulmão nos homens.
Quase metade dos 14 milhões de novos casos de 2012 foram diagnosticados na Ásia, principalmente na China. A Europa totalizou um quarto dos casos, enquanto América Latina e Caribe 7,8% (e 7,4% de todas as mortes).
No geral, o câncer é diagnosticado em uma idade mais avançada em países menos desenvolvidos. E a nível global, o câncer de pulmão é o mais letal, com 19,4% do total, seguido pelo câncer de fígado (9,1%) e estômago (8,8%).
Olhando para o futuro, o relatório nota que a população mundial vai aumentar de 7 bilhões de pessoas em 2012 para cerca de 8,3 bilhões em 2025. Os países com média e baixa renda terão um maior crescimento de suas populações e, portanto, uma maior incidência de câncer.
Tabaco, epidemia nos países mais pobres
O relatório expressa especial preocupação com o câncer de pulmão, em grande parte resultante do hábito de fumar e "intrinsecamente ligado a estratégias globais das companhias de tabaco para aumentar as suas vendas".
Uma "epidemia" de tabaco afeta especialmente os países mais pobres, de acordo com o estudo, "impedindo o desenvolvimento humano por tirar recursos e aumentar a pressão sobre os seus fracos sistemas de saúde e afetando a produtividade em nível nacional".
O custo total anual do câncer é estimado em US$ 1,16 bilhão de dólares em 2010, segundo o relatório. "Quase metade dos casos de câncer poderiam ter sido evitados", ressalta a OMS.
O estudo pede novos esforços na prevenção, incluindo a vacinação contra a hepatite B e o vírus do papiloma humano, que podem ajudar a reduzir a incidência de câncer de fígado e útero, e a promoção do exercício físico para combater a obesidade, além de campanhas anti-tabagismo.

MUDANÇAS NO CLIMA - BRASIL

Relatório diz que mudança do clima pode afetar alimento e energia no país

Dados coletados por cientistas brasileiros serão divulgados nesta 2ª (9).
Agricultura nacional pode sofrer prejuízo anual de R$ 7 bilhões, estimam.

Eduardo Carvalho Do G1, em São Paulo
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A vazão de importantes rios do país e o abastecimento de lençóis freáticos, responsáveis pelo fornecimento de água potável para a população, poderão ser comprometidos se a temperatura subir até 6 ºC nas próximas décadas e o volume de chuvas diminuir, conforme cenário do primeiro relatório de avaliação elaborado pelo Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC) que considera que os níveis de emissões de gases causadores de efeito estufa permaneçam altos.
Neste ambiente, a agricultura e o setor de energia do Brasil poderão ser fortemente impactados, sob risco de queda brusca do Produto Interno Bruto (PIB) e constantes crises que envolvem o abastecimento energético e de segurança alimentar.
Dividido em três volumes, o documento feito por 350 cientistas de diversas instituições será divulgado oficialmente nesta segunda-feira (9) durante a 1ª Conferência Nacional sobre o tema, que acontece na cidade de São Paulo.
Os dados foram coletados com a ajuda do "Modelo Brasileiro do Sistema Terrestre”, primeiro sistema nacional de simulação do clima global, que incluiu características detalhadas do Brasil e do continente sul-americano neste tipo de modelagem.
Os cientistas afirmam que o relatório não representa "o fim do mundo”. No entanto, advertem que, se a situação atual de emissões de gases permanecer e nada for feito pelo governo para prevenir eventos naturais extremos, a situação pode se agravar.
Possibilidades dramáticas
- agricultura pode perder até R$ 7 bilhões por ano com o clima;
- queda na produtividade do café, soja, arroz e outras culturas;
- redução de chuvas no Norte e Nordeste; aumento no Sul e Sudeste, com risco de inundações;
- risco para o abastecimento das águas subterrâneas;
- em todo o litoral, volume de pesca pode cair 6% em 40 anos.
Cada vez mais quente
Segundo o documento, a temperatura no Brasil pode aumentar de 3 ºC a 6 ºC até 2100, situação que ficaria ainda mais crítica com uma possível escassez de chuvas.

Na Amazônia, por exemplo, em 2100 a temperatura pode subir cerca de 6 ºC e a distribuição de chuvas na região pode cair 45%.

Desmatamento e queimadas no bioma podem contribuir para alterar drasticamente o ciclo hidrológico da floresta (principalmente entre os meses de julho e novembro), prolongando a estação de seca e alterando a distribuição de chuvas no país.
O calor acentuado, até 5,5 ºC a mais do que a temperatura registrada atualmente, desencadearia um processo de desertificação da Caatinga, bioma já considerado ameaçado de extinção. No mesmo cenário de emissões altas, o Pantanal sofreria uma redução de 45% na quantidade de chuvas e um aumento de 4,5 ºC na temperatura.
Mata Atlântica e Pampa também registram, segundo o panorama de altas emissões, aumento na temperatura até 2100, de forma um pouco mais amena se comparado com as demais regiões. No entanto, o que preocupa, segundo o relatório, é o crescimento das taxas de pluviosidade.
Enquanto na porção Sul/Sudeste da Mata Atlântica a quantidade de chuva pode subir até 30% nas próximas décadas, no Pampa, que abrange os estados do Sul, esse cresce 40% – o que aumenta o risco de inundações e deslizamentos em áreas costeiras.
“São projeções dentro de cenários extremos de emissões de gases de efeito estufa. Se em 30 anos não mudarmos essa taxa atual, a temperatura média anual do país já deve aumentar 1 ºC”, explica Tércio Ambrizzi, professor titular do Departamento de Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (USP) e um dos coordenadores do Volume 1 do relatório, que trata da “Base Científica das Mudanças Climáticas”.
Os cientistas alertam que, apesar da divulgação de informações sobre a variação das chuvas, ainda há discordâncias referentes a estes índices, que mudam de acordo com o modelo climático aplicado. Para eles, ainda é necessário discutir mais o tema.
Rio Tocantins está 2,5 metros acima do esperado para a época do ano (Foto: Reprodução/TV Mirante)
 
Rios mais secos e pesca ameaçada Bacias importantes do leste da Amazônia (nas proximidades do Pará) e do Nordeste podem ter reduções significativas em suas vazões. A estimativa é de queda de 20%. Segundo o documento, o Rio Tocantins, que passa por Goiás, Tocantins, Maranhão e Pará, poderá ter uma redução de até 30% em seu escoamento. Essa diminuição afetaria, por exemplo, a geração de energia elétrica por hidrelétricas e a distribuição de eletricidade pelo país. Além disso, forçaria o governo a utilizar as termelétricas, consideradas mais poluentes.
No Sul do país, a Bacia do Paraná-Prata poderá ter aumento de vazão entre 10% e 40% nas próximas décadas. No entanto, os cientistas apontam que ainda há incertezas a respeito.
O relatório informa ainda que a mudança climática pode afetar as taxas de recarga de águas subterrâneas, ameaçando a qualidade desse recurso armazenado no subsolo. Os pesquisadores apontam que, mesmo sabendo de tais consequências, ainda é prematuro afirmar quais danos ocorrerão devido a poucas pesquisas realizadas sobre o tema.

Quanto aos oceanos, o documento diz que a acidificação será acentuada se as emissões de gases permanecerem altas e o potencial de pesca em toda a costa brasileira poderá diminuir em 6% nos próximos 40 anos.
 
Aumento da temperatura por biomas no Brasil (Foto: G1)