terça-feira, 25 de março de 2014

FUTURO SOMBRIO DO CLIMA

Segunda parte de relatório do IPCC adverte sobre futuro sombrio do clima

Painel de especialistas da ONU deve divulgar novo trecho em 31 de março.
Se nada for feito para conter aquecimento, consequências serão drásticas

Secas, inundações, conflitos, perdas econômicas cada vez mais profundas. Este é o cenário que aguarda o planeta caso não se reduzam as emissões de dióxido de carbono (CO2), advertem cientistas da ONU em seu próximo relatório sobre o aquecimento global.
O rascunho do próximo informe do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), ao qual a AFP teve acesso, faz parte de um amplo estudo que contribuirá para determinar políticas e orientar negociações nos próximos anos.
Os cientistas e representantes dos governos se reunirão na cidade japonesa de Yokohama a partir da terça-feira para redigir um resumo de 29 páginas, que será publicado juntamente com o relatório completo em 31 de março.
"Temos uma imagem mais clara do impacto e das consequências, inclusive as consequências para a segurança", disse Chris Field, da americana Carnegie Institution, que chefia a pesquisa.
O trabalho vem a público seis meses depois do primeiro volume do V Relatório de Avaliação, no qual os cientistas deixaram claro sua certeza irrefutável de que o aquecimento global tem a mão do homem.


Primeira parte foi divulgada ano passado No informe era previsto um aumento das temperaturas entre 0,3ºC e 4,8ºC neste século, 0,7ºC acima da média desde a Revolução Industrial. O nível dos oceanos aumentará entre 26 e 82 centímetros até 2100, segundo suas estimativas.
De acordo com o novo rascunho, os danos serão disparados a cada grau adicional, embora seja difícil quantificá-los. Um aumento nas temperaturas de 2,5ºC com relação à era pré-industrial - 0,5ºC a mais que a meta fixada pela ONU - reduzirá os ganhos mundiais anuais entre 0,2% e 2,0%, o que corresponde a centenas de bilhões de dólares.
"É certo que as avaliações que podemos fazer atualmente ainda subestimam o impacto real da mudança climática futura", disse Jacob Schewe, do Instituto Postdam para a pesquisa das Mudanças Climáticas (PIK) na Alemanha, que não participou da elaboração do rascunho do IPCC.
O relatório destaca alguns perigos:
Inundações: as emissões crescentes de gases de efeito estufa aumentarão "significativamente" o risco de inundações, às quais Europa e Ásia estarão particularmente expostas. Se confirmado o aumento extremo de temperaturas, três vezes mais pessoas ficarão expostas a inundações devastadoras.
Seca: a cada primeiro adicional na temperatura, outros 7% da população mundial terão reduzidas em um quinto as fontes de água renováveis.
Aumento do nível dos mares: se nada for feito, em 2100 "centenas de milhões" de habitantes das regiões costeiras serão levados a se deslocar. Os pequenos países insulares do leste, sudeste e sul da Ásia verão suas terras reduzidas

Fome: os cultivos de trigo, arroz e milho perderão em média 2% por década, enquanto a demanda de cultivos aumentará 14% em 2050, devido ao aumento da população mundial. Os mais prejudicados serão os países tropicais mais pobres.
Desaparecimento de espécies: "grande parte" das espécies terrestres e de água doce correrá risco de extinção, pois as mudanças climáticas destruirão seu hábitat.
Ameaça para segurança
"As mudanças climáticas no século 21 empurrarão os Estados a novos desafios e determinarão de forma crescente as políticas de segurança nacional", adverte o esboço de resumo. Ainda assim, algumas repercussões transfronteiriças das mudanças climáticas - a redução das zonas geladas do planeta, as fontes de água compartilhadas ou a migração dos bancos de peixes - "têm o potencial de aumentar a rivalidade entre os países", diz o informe.
A redução das emissões de gases de efeito estufa 'nas próximas décadas' permitirá desativar algumas das piores consequências das mudanças climáticas até o final do século, destacou o informe.
Em 13 de abril, o IPCC divulgará, em Berlim, seu terceiro volume sobre estratégias para fazer frente às emissões de gases de efeito estufa.
Em seus 25 anos de História, o IPCC publicou quatro "'relatórios de avaliação", e cada um fez um alerta sobre as gigatoneladas de dióxido de carbono emitidas pelo tráfego, as centrais energéticas e os combustíveis de origem fóssil, assim como o metano, gerado pelo desmatamento e pela pecuária.
O volume de Yokohama vai além dos anteriores, ao oferecer em detalhes o impacto regional das mudanças climáticas, assim como os riscos de conflito e o aumento do nível dos mares.

O último grande relatório publicado do IPCC, de 2007, contribuiu para criar um momento político propício que levou à convocação da cúpula do clima de Copenhague de 2009, mas sua reputação foi abalada por alguns erros que os céticos aproveitaram para demonstrar a existência de uma visão tendenciosa sobre esta ameaça.





POLUIÇÃO NA CHINA

Poluição custa US$ 300 bilhões anuais em saúde à China

Relatório do Banco Mundial defende um novo modelo de urbanização.
Segundo pequisa, a poluição provoca 500 mil mortes por ano no país.

As mortes prematuras e os problemas de saúde cusados pela poluição atmosférica custam até US$ 300 bilhões anuais à China, segundo um relatório do Banco Mundial, que defende um novo modelo de urbanização na segunda economia mundial.
"Agora que a China se prepara para uma nova onda de urbanização, será cada vez mais crucial levar em conta os problemas de meio ambiente, já que grande parte da poluição chinesa se concentra nas cidades do país", adverte o Banco Mundial no relatório com um centro de pesquisa vinculado ao governo da China.

Visitantes usam máscaras enquanto visitam o Templo do Céu, em Pequim. (Foto: China Out/AFP)

Visitantes usam máscaras enquanto visitam o Templo do Céu, em Pequim. (Foto: China Out/AFP)

O elevado índice de mortalidade e os problemas de saúde nas metrópoles custam ao país entre US$ 100 bilhões e US$ 300 bilhões por anos, segundo o relatório

O ex-ministro da Saúde Chen Zhu citou em dezembro, na revista médica The Lancet, estudos segundo os quais a poluição provoca 500 mil mortes por ano no país.
E os efeitos também são sentidos em longo prazo, já que os bebês e as crianças são gravemente afetados pelas partículas tóxicas, com riscos crescentes, além da má-formação das futuras crianças ainda não nascida, alerta o relatório.
Os autores do estudo aconselho que a China adote um novo modelo de urbanização e uma gestão de terras que beneficie mais os moradores rurais.
O relatório também pede que Pequim reforce a legislação sobre a poluição

sábado, 22 de março de 2014

DERRETIMENTO NOS ANDES

Gelo de 1.600 anos nos Andes 'desapareceu' em 25 anos, diz cientista

Geleira Quelccaya, no Peru, tem sofrido derretimento constante.
Pesquisa busca analisar 'história climática' da região e do planeta

Cientistas da Universidade Estadual de Ohio estudaram uma geleira na região dos Andes, no Peru, e obtiveram detalhes impressionantes sobre a história climática da Terra, segundo um estudo publicado nesta semana na revista "Science Express".
Chamada de Quelccaya, a geleira tem mais de 6 mil anos, segundo os cientistas. Ela está passando por um processo de derretimento constante e perdeu parte da cobertura de gelo acumulada em quase dois milênios num período de 25 anos (as imagens acima refletem um período de 30 anos), segundo um dos autores do estudo, professor Lonnie Thompson, em entrevista ao "New York Times". O degelo foi tão grande que um trecho congelado na região de Qori Kalis "desapareceu" e deu lugar a um lago

Blocos de gelo que contam a "história congelada da área" foram guardados em freezers a -30º C para análises posteriores, disse Thompson, em nota da universidade. Ele afirmou ao "New York Times" que restos de plantas expostos nas margens da geleira com o derretimento também estão sendo analisados pelos cientistas.
Algumas plantas chegam a ter 6,3 mil anos, diz Thompson. Ao estudar o decaimento do carbono nos restos de vegetais, os pesquisadores descobriram que eles "envelheceram" pouco no período, o que indica que o gelo existente ali é milenar.
"Se em algum momento dos últimos 6 mil anos estas plantas estivessem sido expostas por um período de cinco anos, por exemplo, haveria decaimento", disse Thompson. A explicação mais simples, segundo ele, é que o gelo acumulado nos últimos 1,6 mil anos derreteu em não mais que 25 anos.
O aquecimento global está tendo efeitos maiores em regiões de grande altitude e de grande latitude, ponderam os cientistas. Segundo eles, o Quelccaya "parece ser muito sensível" às mudanças climáticas que vêm ocorrendo no planeta

Blocos de gelo Os pesquisadores dataram dois grandes blocos de gelo extraídos da região, que têm uma riqueza de detalhes "formidável", dizem. Os blocos podem ser usados como "ferramentas" detalhadas para estudar o passado climático da Terra, principalmente na região tropical.
Os objetos têm grandes semelhanças com outros blocos de gelo extraídos do Himalaia e do Tibete, diz a pesquisa. "Padrões na química de algumas camadas dos blocos são idênticos, mesmo que os dois 'núcleos' gelados tenham sido extraídos de lados opostos do globo", afirma uma nota da instituição
Geleira de Quelccaya em 1978, antes de haver derretimento (Foto: Lonnie Thompson/Universidade Estadual de Ohio/"The New York Times")

Geleira de Quelccaya, na região andina do Peru, em 1978 (Foto: Lonnie Thompson/Universidade Estadual de Ohio/"The New York Times")
A geleira de Quelccaya em 2008, já atingida pelo derretimento causado pelo aquecimento global (Foto: Lonnie Thompson/Universidade Estadual de Ohio/"The New York Times")A geleira de Quelccaya em 2008, já atingida pelo derretimento causado pelo aquecimento global (Foto: Lonnie Thompson/Universidade Estadual de Ohio/"The New York Times")

A geleira de Quelccaya em 2008, já atingida pelo derretimento causado pelo aquecimento global (Foto: Lonnie Thompson/Universidade Estadual de Ohio/"The New York Times")

A geleira de Quelccaya em 2008, já atingida pelo derretimento causado pelo aquecimento global (Foto: Lonnie Thompson/Universidade Estadual de Ohio/"The New York Times")

DEGELO NOS ANDES

Ausência de monitoramento do degelo nos Andes preocupa a Unesco

Órgão ligado à ONU faz alerta sobre consequências do derretimento.
Cientistas apontam mudança climática como causa das alterações

A falta de controle do derretimento das geleiras na Cordilheira dos Andes gera alarme entre os cientistas e especialistas da Unesco reunidos a fim de recomendar aos países andinos que tomem medidas urgentes ante a ameaça de mudança climática.
"É preocupação da Unesco a falta de monitoramento por parte dos países andinos vulneráveis ao derretimento das geleiras e suas consequências para as comunidades vizinhas", afirmou às Siegfried Demuth, chefe de Hidrologia e das Ciências da Água.
O "Fórum Internacional de Geleiras: desafios da pesquisa a serviço da sociedade em função da mudança climática", que conclui nesta quinta-feira (4) na cidade peruana de Huaraz (norte), visa a colocar à disposição dos países andinos (Peru, Chile, Bolívia e Argentina), cujas geleiras estão afetadas pela mudança climática, experiências, práticas e pesquisas sobre a questão do derretimento e suas consequências.
Segundo a Autoridade Nacional da Água (ANA) do Peru, nos últimos 30 anos a superfície das geleiras retrocedeu 40% e calcula-se que na década 2020-2030 as geleiras abaixo dos 5.000 metros acima do nível do mar terão desaparecido.

Cordilheira dos Andes no Chile (Foto: Eduardo Carvalho/G1)

Visão aérea da Cordilheira dos Andes no Chile. Ausência de dados sobre o degelo na região preocupa autoridades (Foto: Eduardo Carvalho/G1)

sexta-feira, 21 de março de 2014

DEUS PRODUZIU O Big Bang

Cientistas afirmam que Deus produziu o Big Bang
Especialistas judeus afirmam que Big Bang e criacionismo se complementam, não se anulam
 
Cientistas afirmam que Deus produziu o Big Bang
No debate milenar entre a ciência e a religião, os cientistas e os religiosos apresentam seus argumentos tentando convencer os demais. Uma minoria busca um “mínimo denominador comum” convincente.
Esta semana, contudo, o embate entre criacionismo e Big Bang pode ter ganhado um capítulo importante. O professor Nathan Aviezer, da Universidade Bar Ilan de Israel veio a público defender fortemente que as crenças científicas e religiosas podem viver juntas em harmonia.
Ao lançar seu livro “In the Beginning” [No Princípio], ele afirmou que os cientistas há décadas estão buscando pelas ondas produzidas pela gravidade, mas esse tem sido um feito difícil. Afinal, a gravidade é um bilhão de bilhão de vezes mais fraca que as forças elétricas, que também produzem ondas.
Contudo, argumenta, “se houve uma enorme mudança gravitacional, então talvez com algum equipamento muito sensível, você poderia detectá-las.” Para ele, o Big Bang causou essa mudança “por isso não havia esperança de que talvez você pudesse ver as ondulações causadas pelo Big Bang”. É nesse momento que entra o relato do primeiro versículo de Gênesis, onde mostra que Deus criou o céu e a Terra.
Embora todos os cientistas também usem um momento inicial para o estabelecer o surgimento do universo, eles não necessariamente atribuem isso a Deus, preferindo argumentar que aconteceu espontaneamente.
Nessa disputa pelo primeiro momento, os cientistas apostam na explosão conhecida como Big Bang, enquanto judeus e cristãos defendem que foi o momento em que Deus disse “Haja luz”.

“A criação da luz foi essencialmente a criação do universo”, resume Aviezer. “Cada palavra escrita na Torá [Antigo Testamento] se encaixa nas descobertas científicas mais recentes. Elas estão em harmonia exata com as palavras da Torá. ”
O renomado rabino Benny Lau, concorda que essa teoria científica é compatível com a história judaica revelada no Livro de Beresheet [Gênesis]. Para ele, os conceitos de tempo na Bíblia não são os mesmos que aqueles que usamos agora, pois ‘um dia’ pode perfeitamente ser o mesmo que um milhão de anos. Mesmo assim, para Lau, as últimas descobertas científicas não alteram o entendimento judaico sobre como tudo começou.
O debate voltou a ocorrer após o material divulgado pelo astrônomo John M Kovac, do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian. Esta semana, a equipe de cientistas americanos do projeto BICEP2, anunciou ter encontrado resíduos deixados pela chamada “inflação cósmica”. Esse é o nome dado ao crescimento exponencial pelo qual o universo passou em seu primeiro quadrilionésimo de segundo.
Usando poderosos telescópios situados no Polo Sul, eles comprovaram a existência de “micro-onda cósmica de fundo”, uma radiação muito fraca que permeia todo o universo. Tais ondas gravitacionais deixam marcas ao percorreram o espaço em sua “fase inflacionária”. As chamadas ondas gravitacionais funcionam na cosmologia como uma espécie de “eco” do Big Bang.
“Isso abre uma janela para um novo mundo da física, aquele que ocorreu na primeira fração de segundo do universo”, disse Kovac, que liderou as equipes do BICEP2 (Background Imaging of Cosmic Extragalactic Polarization 2)
Caso seja confirmada, a descoberta dos astrofísicos poderá lhes render um prêmio Nobel, pois seriam as provas necessárias para apoiar a teoria que o universo teve um começo

O escritor e educador judeu Izzy Greenberg escreveu ao Jerusalém Post que: “Quando perguntamos sobre como o mundo foi criado, nós poderíamos ter tanto um Big Bang [Grande Explosão] quanto um Big Banger [Grande Explodidor]. Lembra que o famoso rabino-chefe de Israel Yitzchak Eizik HaLevi Herzog, em 1957 escreveu: “Segundo uma perspectiva científica, acreditamos que Deus criou bilhões de átomos, para os quais estabeleceu certas leis naturais. Esses átomos mais tarde desenvolveram-se e evoluíram de acordo com essas leis. Mas isso não é diferente que acreditar, segundo o relato simples de Gênesis, que Deus criou os céus e a Terra, no primeiro dia…”.
O professor Aviezri S. Fraenkel, do Instituto Weizmann, expressou um sentimento semelhante. Ele defende que a moderna teoria da cosmologia e a religião judaica, na verdade, podem se ajudar e se explicar mutuamente. Elas não anulam uma à outra. “Na verdade, as teorias modernas, mesmo que se aprofundem cada vez mais, ainda não explicam todos os fatos observados no cosmos, conferindo apenas um novo significado para o versículo de Salmo 92:5: “Quão grandes são, SENHOR, as tuas obras! Mui profundos são os teus pensamentos“. Com informações de Jerusalem Post.

ÁGUA EM RISCO

Demanda dos emergentes agrava tensões por recursos, diz ONU

Água e energia terão forte incremento em sua demanda nos próximos anos.
ONU advertiu para o risco de esgotamento dos recursos do planeta

O crescimento econômico e demográfico, principalmente nos países emergentes, provocará nas próximas décadas um forte incremento na demanda de água e energia, com risco de esgotamento dos recursos do planeta, adverte a ONU nesta sexta-feira (21).
O consumo de água e de energia estão estreitamente ligados, destaca a UNESCO (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura) em um relatório sobre o Desenvolvimento dos Recursos Hídricos no Mundo, publicado na véspera do Dia Mundial da Água.

"A produção energética representa quase 15% das extrações de água, e a tendência é de alta", já que 90% da produção de energia mundial utiliza importantes volumes de água, destaca o documento.
Diante disto, o acesso à água corrente e à eletricidade de centenas de milhões de pessoas gera enormes desafios, tendo em conta que "20% dos aquíferos do planeta estão superexplorados", adverte a UNESCO.
Segundo as previsões, a demanda por eletricidade crescerá 70% até 2035 e mais da metade deste crescimento se produzirá na China e na Índia.
"A demanda por água doce e energia seguirá aumentando nas próximas décadas para atender às necessidades das populações e das economias em crescimento e as mudanças de estilo de vida e de consumo, amplificando de forma importante as pressões sobre os recursos naturais limitados e os ecossistemas", destaca o documento, apresentado em Tóquio.
Atualmente, 768 milhões de pessoas carecem de acesso seguro e regular à água, mais de 1,3 bilhão vivem sem eletricidade e quase 2,6 bilhões utilizam combustíveis sólidos - biomassa em particular - para cozinhar.
O relatório prevê um aumento de 55% na demanda de água nos próximos 35 anos. "Em 2050, 2.300 milhões viverão em zonas submetidas a um estresse hídrico severo, em particular no Norte da África e na Ásia Central e do Sul".
Tensões geopolíticas Na Ásia, a questão da água deverá provocar um aumento considerável das tensões políticas, já que os mananciais dos rios geralmente ficam nas fronteiras.
"As zonas de conflito incluem o Mar de Aral e as bacias do Ganges e do Brahmaputra, do Indus e do Mekong", destaca a ONU.
A demanda energética aumentará em mais de um terço até 2035, e mais da metade deste aumento ocorrerá na China, Índia e Oriente Médio.
Em relação à água consumida pelo setor energético, passará de 66 bilhões de metros cúbicos de água doce em 2010 para quase o dobro (+85%) em 2035.
A busca de alternativas energéticas - como os biocombustíveis - exige igualmente o uso de enormes volumes de água.
"Desde o início dos anos 2000 são desenvolvidos cultivos agrícolas em grande escala para a produção de biocombustíveis, que consomem enormes volumes de água".
"A exploração do gás de xisto também registrou uma grande expansão nos últimos anos, em particular nos Estados Unidos, mas esta energia fóssil só pode ser extraída por fratura hidráulica, um método que exige grandes volumes de água e comporta riscos importantes de contaminação dos lençóis freáticos".

sábado, 15 de março de 2014

ESTRELA AMARELA - 1.300 VEZES MAIOR QUE O SOL

Observatório descobre a maior estrela amarela já encontrada

Corpo celeste tem tamanho 1.300 vezes maior que o diâmetro do Sol.
Astrônomos do Observatório Europeu do Sul (ESO) fizeram a descoberta

Impressão artística da estrela hipergigante amarela HR 5171 (Foto: Divulgação/ESO)

O Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês) divulgou nesta quarta-feira (12) que foi descoberta a maior estrela amarela já encontrada -- com tamanho superior a 1.300 vezes o diâmetro do Sol, o que a transforma em uma das dez maiores estrelas detectadas até o momento.

Esta hipergigante, batizada de HR 5171 A, foi detectada com o interferômetro do telescópio VLT (Very Large Telescope) do observatório instalado em Nice, França, faz parte de um sistema composto por duas estrelas, onde a segunda, de menor tamanho, se encontra em contato com a maior.
Pesquisas feitas ao longo de 60 anos, algumas vezes por amadores, indicam que este estranho objeto muda rapidamente e foi detectado em uma fase muito breve e instável de sua vida. Devido a essa instabilidade, as hipergigantes amarelas expelem material para o exterior, formando uma atmosfera grande e estendida ao redor da estrela.
Os astrônomos utilizaram na pesquisa uma técnica chamada interferometria, que combina a luz recolhida por múltiplos telescópios individuais, recriando um telescópio gigante de mais de 140 metros de tamanho.

Impressão artística da estrela hipergigante amarela HR 5171 (Foto: Divulgação/ESO)

Impressão artística da estrela hipergigante amarela HR 5171 (Foto: Divulgação/ESO

sábado, 8 de março de 2014

LIXO ESPACIAL - RISCO CATASTRÓFICO

Cientistas australianos propõem destruir lixo espacial com laser

Objetivo é desviar restos de sua trajetória para atingi-los com laser.
Peças cairiam na atmosfera terrestre, onde se desintegrariam

Cientistas australianos propõem atingir o lixo espacial, potencialmente perigoso, com raios laser para que caia na atmosfera terrestre, onde se desintegraria, anunciaram nesta sexta-feira (7).
"Queremos limpar o espaço para evitar o risco crescente de colisões e prevenir os tipos de incidentes contados no filme 'Gravidade'", declarou o diretor do centro de pesquisa astronômica e astrofísica da Universidade Nacional da Austrália, Matthew Colless.
Um novo centro de pesquisa com a participação, entre outros, da Nasa, começará a trabalhar em meados de 2014 para isolar as partes menores de lixo espacial e prever sua trajetória graças ao observatório de Mount Stromlo, em Canberra.
  •     Mapa mostra quantidade de lixo espacial na órbita terrestre. (Foto: Nasa / AP Photo)
Mapa mostra quantidade de lixo espacial na órbita terrestre. (Foto: Nasa / AP Photo)
O objetivo é desviar estes restos (satélites fora de serviço, corpos de foguetes) de sua trajetória, atingindo-os com raios laser a partir da Terra. Isso os obrigaria a diminuir sua velocidade e a cair na atmosfera, onde pegariam fogo até se desintegrar.
O responsável pelo novo centro, Ben Greene, também considerou provável "uma avalanche catastrófica de colisões (de restos), que destrua rapidamente todos os satélites".

A agência espacial americana e a Agência Espacial Europeia (ESA) registraram mais de 23.000 dejetos de mais de 10 cm, em sua maioria, em órbitas baixas (abaixo de 2.000 km). Os restos de entre 1 e 10 cm chegam a centenas de milhares.
O filme "Gravidade", vencedor de sete prêmios Oscar, narra a história de dois astronautas perdidos no espaço após a colisão de sua estação com lixo espacial

terça-feira, 4 de março de 2014

VÍRUS GIGANTE NA SIBÉRIA

Vírus gigante de 30 mil anos 'volta à vida'

Achado em camada gelada profunda da Sibéria, organismo adormecido retomou atividade infecciosa após ser aquecido

Os cientistas afirmam que não há risco de o contágio representar qualquer perigo para humanos ou animais (Foto: BBC)Um vírus que estava adormecido há 30 mil anos teria ''ganhado vida'' novamente, segundo cientistas da Universidade de Aix-Marseille, na França.
Ele foi encontrado na Sibéria, em uma camada profunda de permafrost, o solo encontrado na região do Ártico formado por terra, gelo e rochas permanentemente congelados. Após ter sido descongelado, o vírus voltou a se tornar contagioso.
Os cientistas afirmam que não há risco de o contágio representar algum perigo para humanos ou animais, mas alertaram para o possível risco para humanos de outros vírus infecciosos que podem ser liberados com o eventual descongelamento do permafrost.
O estudo foi divulgado na publicação especializada Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

''Essa é a primeira vez que vemos um vírus permanecer contagioso após tanto tempo'', disse o professor Jean-Michel Claverie, da Centro Nacional de Pequisa Científica (CNRS, na sgila orginal em francês), da Universidade de Aix-Marseile.
Enterrado
O antigo vírus foi descoberto enterrado a trinta metros do solo congelado.
Chamado Pithovirus sibericum, ele pertence a uma categoria de vírus descoberta há dez anos.
Eles são tão grandes que, diferentemente de outros vírus, podem ser vistos ao microscópio. E este, que mede 1,5 micrômetros de comprimento, é o maior já encontrado.
A última vez que ele infectou um organismo foi há mais de 30 mil anos, mas no laboratório ele foi 'reativado'.
Os testes mostraram que o vírus ataca amebas, que são organismos monocelulares, mas não infecta humanos ou animais.
''Ele entra na célula, se multiplica e, por fim, mata a célula. Ele é capaz de matar a ameba, mas não infecta uma célula humana'', afirmou Chantal Abergel, co-autora do estudo e também integrante do CNRS.
Mas os pesquisadores acreditam que outros agentes patogênicos mortais possam ter ficado presos no permafrost da Sibéria.

''Estamos estudando isso por meio de sequenciamento do DNA que está presente nessas camadas. Essa é a melhor maneira de descobrir o que existe de perigoso nessas camadas'', afirmou Abergel.
Ameaça
Os pesquisadores dizem dizem que essa região está ameaçada. Desde a década de 70, o permafrost vem perdendo sua espessura e projeções de mudanças climáticas sugerem que ele irá recuar ainda mais.
Como ele vem se tornando mais acessível, o permafrost já está sendo, inclusive, visado como fonte de recursos, devido aos ricos recursos naturais que possui.
Mas o professor Claverie adverte que expor camadas profundads poderá criar novas ameaças de vírus.
''É uma receita para o desastre'', afirmou. Segundo ele, a mineração e a perfuração farão com que as antigas camadas sejam penetradas ''e é daí que vem o perigo''.
Ele disse à BBC que antigas variantes de varíola, que foi erradicada há 30 anos, poderiam se tornar ativas novamente.
''Se for verdade que esses vírus sobrevivem da mesma maneira que vírus da ameba sobrevivem, então a varíola pode não ter sido erradicada do planeta, apenas de sua superfície'', afirmou Claverie.
Mas ainda não está claro se todos os vírus podem se tornar ativos novamente, após terem permanecido congelados por milhares ou mesmo milhões de anos.

segunda-feira, 3 de março de 2014

GUERRA - RÚSSIA - UCRÂNIA

Frota russa do Mar Negro nega que tenha feito ultimato, diz agência

Segundo agência, fonte do governo ucraniano havia relatado ultimato.
Oficial da Frota do Mar Negro disse que nenhum ataque foi planejado

A Frota do Mar Negro da Rússia não emitiu nenhum ultimato às forças ucranianas na Crimeia para se renderem até as 5h de terça-feira (meia-noite no horário de Brasília) ou enfrentarem um ataque, informou a agência de notícias Interfax citando um oficial no quartel-general da frota.

A Frota do Mar Negro russa tem uma base na Crimeia e Moscou efetivamente estabeleceu o controle sobre a península, que é parte da Ucrânia.
Mais cedo, a Interfax havia citado uma fonte anônima no Ministério da Defesa ucraniano segundo a qual um prazo final para a rendição havia sido determinado pelo comandante da Frota do Mar Negro.
Segundo a fonte do quartel-general citada agora pela Interfax, nenhum ataque foi planejado, acrescentando que "isso é um completo absurdo".
Como tudo começou
A onda de manifestações na Ucrânia teve início depois que o governo do presidente Viktor Yanukovich desistiu de assinar, em 21 de novembro de 2013, um acordo de livre-comércio e associação política com a União Europeia (UE), alegando que decidiu buscar relações comerciais mais próximas com a Rússia, seu principal aliado.
O conflito reflete uma divisão interna do país, que se tornou independente de Moscou com o colapso da União Soviética, em 1991. No leste e no sul do país, o russo ainda é o idioma mais usado diariamente, e também há maior dependência econômica da Rússia. No norte e no oeste, o idioma mais falado é o ucraniano, e essas regiões servem como base para a oposição – e é onde se concentraram os principais protestos, incluisive na capital, Kiev

 Soldados ucranianos fazem guarda dentro de base militar em Sebastopol, na região da Criméia, nesta segunda-feira (3)  (Foto: AFP Photo/Filippo Monteforte)
Soldados ucranianos fazem guarda dentro de base militar em Sebastopol, na região da Criméia, nesta segunda-feira (3) (Foto: AFP Photo/Filippo Monteforte

Os três meses de protestos, que se tornaram violentos em fevereiro de 2014, culminaram, no dia 22, na destituição do contestado presidente pelo Parlamento e no agendamento de eleições antecipadas para 25 de maio.
No dia seguinte, uma ordem de prisão contra o presidente deposto foi emitida, responsabilizando-o por "assassinatos em massa de civis" promovidos na repressão aos protestos de rua.
Após dias desaparecido, Yanukovich apareceu na Rússia e acusou os mediadores ocidentais de traição. Ele afirmou que não reconhecia a legitimidade do novo governo interino e prometeu continuar lutando pelo país. As autoridades ucranianas pediram sua extradição.
A deposição de Yanukovich intensificou as tensões separatistas na região da Crimeia, provocando uma crescente tensão militar com a Rússia, que levou o Senado a aprovar um pedido de envio de tropas feito pelo presidente Vladimir Putin.
O movimento russo levou o presidente dos EUA, Barack Obama, a pedir a Putin o recuo das tropas na Crimeia. A Ucrânia convocou todas suas reservas militares para reagir a um possível ataque russo e afirmou que se trata de uma "declaração de guerra

AQUECIMENTO GLOBAL - COLHEITAS

Aquecimento global causará perda de colheitas e mais danos, diz painel

Jornal japonês divulgou texto do IPCC que será debatido em Yokohama.
Produção de cereais pode cair até 2% se temperatura subir 2,5 graus.

O aquecimento global vai reduzir a produção mundial de cereais em até 2% a cada dez anos e poderá representar  perdas de US$ 1,45 trilhão até o fim deste século, segundo um projeto de relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), divulgado por um jornal japonês nesta sexta-feira (28). Este documento, que teve seu rascunho publicado pelo jornal "Yomiuri Shimbun", será discutido e adotado durante uma reunião de cinco dias do IPCC no próximo mês, em Yokohama, subúrbio de Tóquio.
Segundo o rascunho atribuído ao IPCC, a produção mundial global perderá entre 0,2 e 2% se a temperatura aumentar 2,5 graus.
Uma fonte do ministério japonês do Meio Ambiente não queria que o projeto vazasse para a imprensa local.
A comunidade internacional fixou o objetivo de concluir até o final de 2015, durante a Conferência sobre o Clima da ONU em Paris, um acordo global e urgente de redução das emissões de gases de efeito estufa para limitar o aquecimento a 2°C em relação à era pré-industrial.