segunda-feira, 26 de agosto de 2013

TERROR NA SÍRIA

Atacar Síria sem aval da ONU seria 'grave violação', diz chanceler russo

Lavrov apelou para que potências não repitam 'erros passados'.
Oposição acusa regime sírio de matar centenas com armas químicas.

O ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse nesta segunda-feira (26) que qualquer intervenção militar na Síria sem a autorização da ONU seria uma grave violação da lei internacional.

 Lavrov apelou para que os EUA e outra potências ocidentais evitem repetir "erros passados", intervindo na Síria após as acusações, pelas forças rebeldes, de que o governo sírio usou armas químicas.

Lavrov afirmou que o Ocidente não tem provas de que foi o governo que lançou o ataque.
"Eles não podem fornecer provas, mas dizem que a 'linha vermelha' foi cruzada e que não podemos mais esperar", afirmou.

Segundo o diplomata russo, é um erro acreditar que a destruição da infraestrutura militar síria vá acabar com a guerra civil no país.

Mais cedo, o chefe da diplomacia britânica, William Hague, disse considerar que é possível responder ao suposto uso de armas químicas  "sem pleno aval do Conselho de Segurança da ONU", mas se negou a especular sobre a resposta contemplada pelos países ocidentais.

"É possível responder ao uso de armas químicas sem pleno aval do Conselho de Segurança da ONU? Eu diria que sim", declarou Hague em uma entrevista à BBC.

O secretário do Foreign Office reafirmou a convicção de que o regime de Bashar al-Assad utilizou armas químicas no ataque de 21 de agosto na região de Damasco. Ele destacou que é possível atuar por motivos "humanitários".

"Tentamos outros métodos, os métodos diplomáticos - e continuaremos utilizando -, mas até o momento fracassaram", disse.

"Nós, Estados Unidos e outros países como a França somos muito claros sobre o fato de que não podemos permitir no século XXI o uso de armas químicas com total impunidade, mas no momento não posso dar detalhes sobre as opções militares", disse o ministro britânico.

Para o ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, uma reação ocidental ao ataque mortal com armas químicas na Síria em 21 de agosto será decidida nos próximos dias.

Mas ele se mostrou prudente sobre a possibilidade de ação sem aval da ONU.
"Em certas circunstâncias é possível, mas temos que ter, certamente, muito cuidado, porque a legalidade internacional existe", disse Fabius.

No Conselho de Segurança das Nações Unidas, Rússia e China, aliados de Assad, bloqueiam qualquer condenação ao regime sírio com seu poder de veto.

"As reações têm que ser proporcionais e isto será decidido nos próximos dias", declarou Fabius à rádio Europe 1.

"É evidente que este massacre tem origem no regime de Bashar al-Assad. Então, as reações têm que ser proporcionais, medidas".

"As opções estão abertas. A única opção que não se contempla é não fazer nada", completou Fabius.
A Turquia anunciou que está disposta a integrar uma coalizão internacional dirigida contra a Síria, em resposta ao ataque químico de 21 de agosto, mesmo sem autorização da ONU.
"Se uma coalizão contra a Síria for criada durante o processo, a Turquia fará parte", declarou o ministro turco das Relações Exteriores, Ahmet Davutoglu ao jornal Milliyet.


Cameron abrevia férias

O pimeiro-ministro britânico, David Cameron, decidiu interromper suas férias por causa da situação na Síria e voltará a Downing Street nesta terça-feira, antes de presidir uma reunião do Conselho de Segurança Nacional, anunciou um porta-voz.

Cameron, que estava de férias na Cornualha (sudoeste da Inglaterra), manteve conversas telefônicas neste fim de semana com vários dirigentes, entre eles, Barack Obama e François Hollande.
 
Dezenas de pessoas, sendo muitas crianças, morreram nos ataques com gases lançados na última quarta (Foto: Shaam News Network/AP)
 
Dezenas de pessoas, sendo muitas crianças, morreram nos ataques com gases lançados na última quarta (Foto: Shaam News Network/AP)

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