quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

EXPULSÃO DE MIGRANTES

Justiça francesa autoriza expulsão de migrantes do acampamento de Calais

'Tudo está validado', diz fonte a agência e jornais locais.
Campo abriga pelo menos 3.700 imigrantes; governo quer reduzir a 2 mil.


 
Mulher empura carrinho de bebê em campo de refugiados em Calais, na França (Foto: DENIS CHARLET / AFP)

A ordem de expulsão de migrantes instalados na zona sul do acampamento de refugiados de Calais, conhecido como "Selva", foi validada pela Justiça, informou uma fonte próxima à prefeitura de Passo de Calais à agência France Presse e aos jornais locais.

Após as autoridades francesas determinarem que centenas de migrantes abandonassem o acampamento nesta terça-feira (23), um grupo de refugiados e associações constestou a ordem e conseguiu um adiamento para que a justiça avaliasse a legalidade da operação.
"Tudo está validado", disse a fonte à AFP. Ou seja, o tribunal administrativo de Lille recusou o recurso contra a ordem de retirada apresentado pelos grupo

Construído nas dunas, próximo ao porto de Calais (norte da França), o acampamento com cabanas precárias abriga pelo menos 3.700 imigrantes, segundo as autoridades, mas um número ainda maior, de acordo com organizações que ajudam os refugiados.
Os migrantes que encontraram abrigo na "selva", procedentes em sua maioria da Síria, Afeganistão e Sudão, querem chegar à Inglaterra. Muitos tentam alcançar o objetivo subindo clandestinamente nos caminhões que circulam entre os dois países em balsas ou pelo túnel do Canal da Mancha.
Condições indignas O governo francês deseja reduzir a 2.000 pessoas a população do acampamento, o principal problema em termos de migração da França, país relativamente pouco afetado pelo grande fluxo de refugiados que entraram na Europa nos últimos meses.
A prefeitura deseja transferir entre 800 e 1.000 migrantes para abrigos em várias cidades da França. Mas, de acordo com as associações, a parte sul do acampamento contaria na realidade com um número muito maior de pessoas. "3.450 pessoas, incluindo 300 menores sozinhos", destacou a ONG britânica Help Refugees. E poucos aceitam deixar o local.
"Não podemos aceitar que uma favela continue sendo construída nas portas de Calais", declarou o primeiro-ministro Manuel Valls, antes de destacar que é necessário "dar uma resposta humanitária a esta situação", porque os imigrantes vivem em condições "indignas".

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